Obramax quer abrir quase uma loja por mês
Após período de euforia durante a pandemia, o varejo de materiais de construção encolheu ...
Após período de euforia durante a pandemia, o varejo de materiais de construção encolheu no país, enquanto os juros altos desanimam qualquer ambição imobiliária. No entanto, para um dos maiores grupos do capitalismo francês, o Brasil é a terra da oportunidade nesse filão.
A Obramax " que se define como um "atacarejo da construção" e mira profissionais autônomos do setor, pequenas empresas e o consumidor final das classes populares " promete abrir 24 lojas no país (hoje são seis) até o fim de 2026, em um investimento da ordem de R$ 3,4 bilhões. Em novembro, inaugurará de uma só vez três unidades no Rio, onde já está em dois endereços. As lojas serão em Guadalupe, Zona Norte, e na Baixada Fluminense, em Mesquita e Duque de Caxias.
" O plano da Obramax no Brasil é um dos mais ambiciosos do nosso grupo no mundo. O desempenho que obtivemos até agora nas lojas já abertas motivou o acionista a acelerar a busca por crescimento. Faturamos R$ 1,2 bilhão no ano passado, mas a ideia é nos tornarmos uma empresa de vários bilhões em pouco tempo " afirma o CEO Michael Reins.
Dinastia
A razão para tamanha capacidade de investimento está no grupo por trás da Obramax: a família Mulliez, o sétimo clã mais rico da França, com uma fortuna total estimada em € 28 bilhões pela revista Challenges. Entre as marcas controladas estão a rede de supermercados Auchan, a rede de lojas de artigos esportivos Decathlon e a Leroy Merlin " ponta de lança do grupo Adeo, que reúne as marcas de bricolagem dos Mulliez, incluindo a bandeira Obramax.
Nem tudo o que tocam vira ouro, no entanto. No Brasil, em 2019, o grupo encerrou a operação da Zôdio, outra de suas marcas de bricolagem, apenas dois anos após sua estreia. Michael Reins, contudo, acredita que a Obramax possui atributos capazes de destravar um novo mercado.
" Nos inspiramos totalmente no atacarejo alimentício local, inclusive com a bandeira brasileira na entrada da loja e o estacionamento amplo. Nosso sonho grande é que a pujança do atacarejo alimentício se repita no "atacarejo da construção", com preços mais agressivos em um momento em que esse varejo precisa se recuperar do encolhimento dos últimos anos. Mesmo com os juros altos, acreditamos que nossa fórmula é um diferencial " justifica.