Brasil e eua definem juros com expectativas opostas
A semana será decisiva para os juros em todo o mundo. Autoridades monetárias de Estados ...
A semana será decisiva para os juros em todo o mundo. Autoridades monetárias de Estados Unidos, Japão e Reino Unido vão definir suas novas taxas básicas, assim como o Brasil. Por aqui, a decisão acontece na quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) revisa a Selic. No mesmo dia, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) define o novo patamar da taxa básica na maior economia do mundo, com impacto nas demais, inclusive porque influencia a cotação do dólar.
No Brasil, as apostas são de alta da Selic, hoje em 10,5% ao ano, com piora das expectativas de inflação, mercado de trabalho aquecido e pressão de indicadores de atividade. Muitas instituições financeiras preveem alta para 10,75%, num ciclo de aperto que só deve terminar em janeiro.
Nos EUA, a dúvida é quanto à magnitude do corte. Em agosto, Jerome Powell, presidente do Fed, decretou que "havia chegado a hora de ajustar" a política monetária, indicando a queda como certa na decisão desta semana.
dólar é base de mercado
No fim dos pregões de sexta nos EUA, as apostas estavam, segundo a plataforma FedWatch, equilibradas: 49% dos agentes de mercado previam corte de meio ponto, e 51%, de 0,25 ponto percentual.
" O preço do dólar é mais importante porque olhamos tudo na economia globalizada com relação a ele. É a base de todas as outras moedas e preços do mercado " diz Eduardo Grübler, analista de multimercados da AWM, gestora da Warren Investimentos.
Por isso, o corte do juro nos EUA afeta principalmente países emergentes como o Brasil. A taxa de juros americana é capaz de sugar aplicações do mercado financeiro de todo o mundo ao tornar mais atraentes aos investidores os títulos americanos (treasuries), considerados o investimento mais seguro do mundo.