Ritmo de vendas de imóveis novos será mantido em 2025
Se o mercado imobiliário carioca fosse uma competição de salto em altura, seria possível ...
Se o mercado imobiliário carioca fosse uma competição de salto em altura, seria possível dizer que 2025 começa com o sarrafo lá no alto. Não para menos! Por qualquer ângulo que se analise, 2024 foi um ano excepcional para as incorporadoras " e, mesmo sem os números finais fechados, já se sabe que os lançamentos cresceram mais de 50% em relação a 2023 e que o volume de transações ultrapassou R$ 30 bilhões, aumento de 16% sobre o ano anterior.
O presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu, afirma que 2024 será o melhor ano da década e redobra suas apostas para 2025. Segundo ele, há muitos motivos para acreditar em um ano novo pontuado de ótimos negócios. Prestes a completar um ano, o novo Plano Diretor da cidade já se firmou como uma ferramenta importante para impulsionar o setor, tanto em lançamentos de produtos mais modernos quanto na disposição do mercado de voltar a atenção para bairros pouco visados. O melhor exemplo até agora é o de São Cristóvão, que ganhou os mesmos benefícios do Porto Maravilha.
" Vamos ter lançamentos espalhados por toda a cidade ao longo deste ano e não apenas os concentrados em bairros da Zona Sul e na Barra da Tijuca. O segmento de alto padrão continuará bombando, mas a modernização da legislação permitirá construir uma cidade com opções variadas e configurações diversas " afirma Saceanu.
ALTA NO PAÍS
E não é apenas o Rio de Janeiro que 2025 começa com o pé direito. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o setor encerrou 2024 com crescimento de 4,1% no país, bem acima da previsão inicial de 1,3%. O que pode puxar o freio em 2025, na avaliação da entidade, é a combinação de alta de juros com aumento dos custos da mão de obra e dos insumos. A projeção para 2025 é de crescimento de cerca de 2,3%. Cabe lembrar, no entanto, que em 2024 a Cbic reajustou quatro vezes sua previsão, embalada pelos números crescentes do mercado.
A performance tem algumas explicações: as novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida, o impacto de investimentos em ano eleitoral e a queda do desemprego. Estudos da entidade apontam, inclusive, que o nível de atividade da construção civil superou o período pré-pandemia, embora ainda esteja 16% distante do pico de 2014, o melhor ano do século XXI até agora.
" O mercado imobiliário é muito sensível à taxa de juros, que impacta tanto a captação de recursos quanto a venda ao consumidor. Mesmo assim, seguimos bastante otimistas " pontua o presidente do Sinduscon-RJ, Claudio Hermolin.
Segundo ele, ainda há espaço e demanda para projetos de apartamentos compactos, já que o Rio ocupa o quinto lugar em lançamentos de estúdios entre as capitais. Hermolin acredita que as mudanças na legislação vão permitir o surgimento de grandes condomínios no Centro, em São Cristóvão e em bairros da Zona Norte e que o mercado de alto padrão vai entrar em uma fase de parcerias com grandes grifes.
Na Lopes Imobiliária, 2025 chegou com força total. A empresa vendeu quase R$ 3 bilhões no ano passado, um recorde em sua história, e já se prepara para trabalhar os R$ 10 bilhões em lançamentos que o mercado anuncia para os próximos meses. Para Paulo Nunes, gerente-geral da empresa, a Barra seguirá no topo dos bairros campeões de novos projetos, mas Centro, Ipanema e Copacabana têm tudo para seguir como vetores de bons negócios.
" Apartamentos de alto padrão e estúdios são os mais vendidos, e essa tendência será mantida. Desde que o Plano Diretor foi aprovado, as incorporadoras voltaram a lançar produtos com muita regularidade. Só para dar uma ideia do potencial do segmento: das 19 unidades do Belavista, em Ipanema, que vendemos com exclusividade ao custo médio de R$ 15 milhões, só restam três disponíveis " conta Nunes.