Bancado contra sport, carille vive velho dilema do vasco
Pedir paciência à torcida do Vasco não é algo simples. Afinal, trata-se de uma torcida machucada ...
Pedir paciência à torcida do Vasco não é algo simples. Afinal, trata-se de uma torcida machucada por duas décadas de caos administrativo e financeiro, que culminaram em um jejum que já dura 14 anos sem conquistas nacionais. Esse contexto se transformou em um desafio que o futebol do clube enfrenta há pelo menos três anos: equilibrar os resultados necessários e esperados com um desempenho do time que agrade à torcida.
Na vitória cruz-maltina por 1 a 0 sobre o Puerto Cabello, pela Copa Sul-Americana, os vascaínos xingaram e pediram a saída do treinador " muito por conta do placar magro e da dificuldade em ter domínio pleno sobre uma equipe de nível técnico baixo. Carille e os atletas, por outro lado, ressaltaram a importância do triunfo em um jogo que consideraram difícil. Essa discordância de visões é o que mantém o trabalho na corda bamba: o treinador segue sob análise interna até a partida contra o Sport, no sábado.
Para entender como as coisas chegaram a esse ponto, é preciso voltar a 2023, quando o trabalho de Ramón Díaz ajudou a salvar um cruz-maltino que ocupava a vice-lanterna após a saída de Maurício Barbieri.
No ano seguinte, o clube se reforçou, e criou-se a expectativa de trazer o fator desempenho de volta à equação. Só que até os resultados pioraram. Ramón deixou São Januário após uma eliminação para o Nova Iguaçu, no Campeonato Carioca, seguida de uma goleada sofrida por 4 a 0 para o Criciúma, na Colina.
O histórico 6 a 1 sofrido para o Flamengo, com o substituto Álvaro Pacheco no comando, ajudou a novamente resetar a barra de exigência da torcida.
Com o português demitido após uma passagem desastrosa e o Z4 assustando novamente, seu sucessor " o então interino, e posteriormente efetivado, Rafael Paiva " pôde apostar na transição sem necessariamente o domínio do jogo. Foi quem chegou mais perto de equilibrar as duas exigências, mas acabou caindo justamente quando ensaiou uma proposta de mais posse de bola e linhas altas.
Agora, Carille tenta superar a dupla cobrança em um ano em que o time tem reforços e torneio internacional para sonhar. A perspectiva mudou novamente " e só o campo pode trazer paz para o trabalho, por mais que atletas e comissão estejam unidos.