Aos 50 anos, aline borges vive seu primeiro papel como vilã

A atriz Aline Borges, criada em Parada de Lucas, subúrbio do Rio, acaba de completar 50 anos e está prestes a viver sua primeira vilã em novelas. Ela será Tânia, em "Dona de mim", a nova trama das sete, que estreia nesta segunda-feira, na Globo. A atriz, afastada dos folhetins desde o remake de "Renascer", acredita que ter a chance de interpretar esse papel após 30 anos de carreira serve de inspiração para outras mulheres, da mesma faixa etária, não desistirem nunca dos seus objetivos.
"Fazer esse papel na minha idade é uma bênção. E acho que deve inspirar muitas mulheres a continuarem apostando em seus sonhos, apesar do etarismo. Me sinto incrível aos 50, mesmo com tudo que chega com a idade. A maturidade é libertadora e traz uma paz que não tem preço", afirma Aline, que já havia flertado com a maldade na série "Arcanjo renegado" (Globoplay). "Mas vilã de novela das sete tem um gostinho diferente, quase com uma pegada mais cômica", diz.
Aline não foge do debate, notadamente no meio artístico, sobre o protagonismo de mulheres negras nas novelas, que, segundo ela, oferece às meninas de comunidades o direito de sonhar. "Isso dá um respiro aliviado. Resvala toda a trajetória de Iolanda Braga, a primeira atriz negra da TV brasileira, que teve coragem de ocupar seu espaço", argumenta: "A gente está falando de sonho e emancipação. Que elas sigam contando suas histórias, assim como a protagonista Clara Monecke vai contar a sua em ‘Dona de mim’".
Em tempo: Iolanda Braga (1941-2021) destacou-se como a primeira atriz negra a protagonizar uma novela brasileira, em "A cor da sua pele", em 1965, escrita por Walter George Durst, na antiga TV Tupi. Também é lembrada como a primeira mulher não branca a estrelar uma campanha de cosméticos no Brasil, no mesmo ano, pela marca Belinda.
Fernanda Pontes