Minha casa, minha vida aquece mercado imobiliário
Mesmo com os juros elevados, o mercado imobiliário se manteve aquecido no primeiro trimestre, ...
Mesmo com os juros elevados, o mercado imobiliário se manteve aquecido no primeiro trimestre, impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV), programa federal de habitação. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), 102.485 unidades residenciais foram vendidas entre janeiro e março, aumento de 15,7% ante igual período do ano passado. Já os lançamentos de imóveis totalizaram 84.924 unidades nas mesmas localidades, com alta de 15,1% na comparação anual.
Os números consideram uma amostra de 221 cidades país afora, que inclui as capitais dos 26 estados e do Distrito Federal e outras grandes cidades. O levantamento faz parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais, desenvolvido pela Cbic em parceria com a consultoria Brain Inteligência Estratégica.
Em 12 meses, os lançamentos somaram 407.949 unidades, e as vendas alcançaram o número de 418.136 imóveis, ambos indicadores com crescimento de 22,5%. Já a oferta final de imóveis caiu para 287.980 unidades, queda de 4,6%, o que, segundo a Cbic, sinaliza uma forte absorção pelo mercado.
O protagonista desse movimento de crescimento no primeiro trimestre foi o MCMV, que respondeu por metade dos lançamentos (53%) e das vendas (47%). No programa, o público-alvo tem acesso a subsídios ou a crédito mais barato para adquirir imóveis, a depender da faixa de renda.
nova faixa
Até abril, o público era restrito a quem tinha renda de até R$ 8 mil mensais, mas, neste mês, foi lançada a faixa 4 do programa, que ampliou o acesso para rendimentos de até R$ 12 mil por mês.
No primeiro trimestre de 2025, os lançamentos do MCMV somaram 44.734 unidades, aumento de 31,7% ante o período de janeiro a março de 2024. Já as vendas chegaram a 47.800 unidades, avanço de 40,9% na mesma base de comparação.
Segundo a Cbic, a maior presença do programa é explicada pelas condições de crédito mais acessíveis, com juros reais próximos de zero, e pelo aumento da participação de estados e municípios com subsídios adicionais, como mostrou o GLOBO em fevereiro.
"Mesmo em um cenário de crédito caro, o brasileiro segue acreditando no investimento em moradia. A força do MCMV, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo", afirmou Renato Correia, presidente da Cbic, em nota veiculada pela entidade.
Segundo a Cbic, os bons resultados se concentram em regiões onde o MCMV é dominante, como o Norte e o Nordeste. No Sudeste, especialmente em São Paulo, também houve destaque nos lançamentos do programa.