Domingo, 01 de Junio de 2025

‘Novas regras do mec são oportunidade’, diz ceo do grupo ânima

BrasilO Globo, Brasil 30 de mayo de 2025

Dona de faculdades como IBMR e Anhembi Morumbi e da marca Inspirali (vertical de ...

Dona de faculdades como IBMR e Anhembi Morumbi e da marca Inspirali (vertical de Medicina), a Ânima enxerga as novas regras do Ministério da Educação (MEC) para o ensino superior como uma "oportunidade de crescimento", sustenta a CEO Paula Harraca. Menos exposto ao segmento de EaD " ensino à distância, alvo das principais mudanças " do que rivais como Ser, Cogna (Kroton) e Yduqs (Estácio), o grupo terá que fazer apenas "ajustes finos" para se adaptar às novas regras. Segundo Paula, com o decreto, a Ânima vai robustecer a oferta de cursos semipresenciais, que acabam de ser regulamentados e são uma "avenida de crescimento".
O novo marco regulatório foi assinado pelo presidente Lula há duas semanas. Entre várias mudanças, o decreto proíbe cursos de graduação 100% à distância " pelo menos 20% da carga horária deverá ser presencial ", e cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia serão 100% presenciais.
Os demais cursos das áreas de saúde (como Farmácia e Fisioterapia) e as licenciaturas deverão ser presenciais ou semipresenciais, desde que a carga horária à distância não ultrapasse 50% do total. O marco também regulamentou pela primeira vez a modalidade semipresencial, que já vinha sendo oferecida pelos grupos de ensino privado, mas não tinha regras definidas. As instituições terão até dois anos para se adaptar:
" Não teremos que fazer grandes adaptações porque já vínhamos trabalhando em uma reengenharia da nossa oferta. Já no próximo semestre, 80% da nossa base terá o currículo totalmente adaptado ao novo marco, porque já vínhamos implementando mudanças na direção do que foi decidido pelo MEC. Acompanhávamos as discussões, sabíamos para onde iam os ventos. E, sobretudo, as novas regras coincidem com nossa visão de educação.
Paula Harraca diz que o novo marco é um "passo importante na direção certa".
" O marco é oportunidade, não é um problema. Traz a educação para uma experiência de maior qualidade, que torna o aluno protagonista, em vez de oferecer apenas ganhos de escala. Não é um divisor de águas entre o presencial e o ensino à distância. É um divisor de águas entre o que fazia sentido e o que não fazia. Muitas vezes, o ensino à distância oferecido se resume a um PDF e a um vídeo pronto. Defendemos que a experiência acadêmica se dá com a "presencialidade". Isso nos dá uma vantagem " disse a executiva, argentina de Rosário que fez carreira na siderúrgica ArcelorMittal antes de assumir a Ânima em 2024.
Entre as mudanças feitas antes das novas regras está o enxugamento da grade de cursos EaD. O curso de gestão à distância da Anhembi Morumbi, por exemplo, foi encerrado, disse a executiva. A Ânima também vem aumentando a tal "presencialidade" de sua base de alunos desde 2024, afirmou.
" Hoje, entre os calouros, 70% já estão no presencial. Já enxergávamos que o setor caminhava para o modelo híbrido. Vemos uma avenida de crescimento no semipresencial, que foi regulamentado pela primeira vez neste marco do MEC. Estamos olhando marca a marca, território a território, para saber como explorar essa oportunidade. Outra rota de crescimento está no core, que é o presencial.
ITAÚ ANALISA IMPACTO
Relatório do Itaú BBA distribuído a clientes ontem mostra que, entre seis grupos de educação analisados, o Ânima é o que tem, com folga, a menor exposição ao segmento de EaD. A modalidade responde por 34,3% da base de alunos de graduação e por apenas 7,9% das receitas líquidas do grupo. No extremo oposto está a Vitru Educação, dona da Uniasselvi, com 97,5% da base no ensino à distância, quase 71% das receitas. Na Cogna, os percentuais são, respectivamente, 83,4% (da base de alunos) e 52,8% (das receitas); na Cruzeiro do Sul, 68,1% e 32,1%; na Yduqs, 61,7% e 30,9%; e na Ser (dona de marcas como a Uninassau), os percentuais são de 46,5% e 18,1%.
O banco analisou o impacto no Ebitda (geração de caixa) dos grupos de educação na adaptação às regras. Caso não repassasse nenhum dos custos aos alunos, a Ânima teria que absorver um ajuste de 6%; na Cogna, o impacto seria de até 13%; na Yduqs, de 9%; e na Vitru, de 29%.
AÇÃO SOBE 156% NO ANO
A Ânima vale R$ 1,6 bilhão na Bolsa. No último mês, acumula alta de 31%; no ano, a alta é de 156%. Mas a ação ainda está mais de 70% abaixo do pico de preço, registrado em meados de 2021.
Paula Harraca diz que o novo marco sacramenta uma "volta às origens" para o grupo, que surgiu em 2003 a partir da compra do Centro Universitário Una, em Belo Horizonte.
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