Lula defende alta do iof: ‘não dá para ceder’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o decreto do governo que elevou alíquotas do ...
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o decreto do governo que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), publicado pela equipe econômica na semana passada.
O decreto se tornou um novo episódio de crise entre o governo e o Congresso, já que a Câmara dos Deputados aprovou esta semana, por ampla maioria, a urgência na tramitação de um projeto de decreto legislativo que derruba a medida da equipe do ministro Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.
" O IOF do Haddad não tem nada de mais. O Haddad quer que as bets paguem Imposto de Renda; que as fintechs paguem; que os bancos paguem. Só um pouquinho, para a gente poder fazer a compensação, porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, temos que cortar no Orçamento " declarou Lula em entrevista ao rapper Mano Brown e à jornalista Semayat Oliveira, no podcast Mano a Mano.
A entrevista entrou nas redes na madrugada de ontem, mas foi gravada no último domingo " um dia antes de a Câmara aprovar a urgência do projeto que derruba o decreto do governo por 346 votos a 97. A urgência permite que os deputados decidam, em plenário, se derrubam ou não o decreto do governo, sem que o tema passe antes por comissões parlamentares.
MUDANÇAS EM SÉRIE
A alta do IOF já rendeu três decretos diferentes. O primeiro foi publicado no dia 22 de maio e elevou a alíquota de diversas operações. No mesmo dia, o governo recuou sobre uma delas, a tributação de remessas de fundos brasileiros ao exterior.
Após reações negativas do mercado e de parlamentares, o governo publicou na quarta-feira um novo decreto "recalibrando" as alíquotas. A previsão inicial da Fazenda , que era de arrecadar R$ 19,1 bilhões, caiu para entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões.
Em entrevista ao GLOBO, publicada anteontem, o secretário executivo do ministério da Fazenda, Dario Duringan, disse que o momento é de chegar a um entendimento com parlamentares.