Martes, 01 de Julio de 2025

Dona da arezzo e da animale sela paz na moda

BrasilO Globo, Brasil 1 de julio de 2025

Perto de um ano após selar a fusão dos grupos Soma e Arezzo, a Azzas 2154 chegou a um ...

Perto de um ano após selar a fusão dos grupos Soma e Arezzo, a Azzas 2154 chegou a um acordo para pacificar desavenças entre seus principais sócios e executivos, Roberto Jatahy e Alexandre Birman. A paz foi selada com uma mudança na alta governança da companhia, que inclui a indicação de Nicola Calicchio Neto para a presidência do Conselho de Administração, que será reduzido de nove para sete membros.
Em comunicado divulgado ao mercado ontem, a Azzas afirmou que Jatahy e Birman, acionistas de referência da companhia, "alinharam-se em visão estratégica de longo prazo", abrindo caminho para a fusão avançar.
Desde a oficialização da união, em agosto de 2024, o mercado acompanhava a dificuldade de os dois executivos caminharem de mãos dadas. Em março, fontes próximas a eles e à companhia avaliavam que a fusão havia desandado e que a situação era de um "divórcio iminente". Já se falava de uma possível saída de Jatahy do comando, passando apenas ao conselho da companhia. Em videoconferência com investidores ontem de manhã, Birman e Jatahy procuraram desfazer essa possibilidade.
" Vou estar nesta companhia enquanto meus sócios acharem que eu estou gerando valor, que a empresa precisa de mim " afirmou Jatahy.
ações sobem
O mercado reagiu de forma positiva ao anúncio do acordo. As ações da Azzas registraram alta de 4,70%, a R$ 43. Quando a desarmonia foi noticiada, as ações da Azzas chegaram a tombar mais de 10%, em 14 de março.
Na videoconferência, Birman e Jatahy frisaram repetidamente que o acordo de acionistas criado a partir da união de Soma e Arezzo foi colocado "na gaveta". O documento, afirmaram, foi um erro que resultou de um esforço excessivo para proteger as unidades e negócios de cada empresa, mas que travou a fusão. O conceito de unidades de negócio, explicou Jatahy, criou uma grande complexidade na companhia, com "tudo multiplicado por quatro".
A Azzas foi estruturada com quatro unidades de negócios: calçados e acessórios (com as marcas da Arezzo); vestuário feminino (como Farm e Animale); vestuário masculino (Reserva, Foxton) e vestuário democrático (Hering).
Birman ouviu as palavras do sócio " dizendo que elas alcançaram seu coração e sua mente " e afirmou também ter tido pouca flexibilidade:
" Houve um excesso de protecionismo que ambos foram fazendo.
Fontes próximas à companhia afirmam que as capturas de sinergia previstas com a fusão estão "ultra-atrasadas". O comentário no mercado é que as empresas já fizeram as contas e entenderam que uma separação a essa altura poderia tornar as operações inviáveis.
No centro da desavença estaria o que as fontes chamaram de "incompatibilidade de estilos de gestão" dos dois executivos. Birman segue uma conduta mais centralizadora, voltada para resultado e de olho no mercado financeiro, enquanto Jatahy é mais atento à eficiência no back office, atua de forma mais compartilhada e dá autonomia aos líderes criativos das marcas, disseram essas pessoas ligadas ao Azzas.
nova gestão
Já no novo desenho, Calicchio Neto, o novo presidente do conselho, é visto como mediador entre os sócios da Azzas. O executivo assume a cadeira de Pedro Parente " que integrou o governo Fernando Henrique Cardoso e, depois, foi presidente da Petrobras e da BRF ", que renunciou ao cargo, citando a sensação de "dever cumprido". Houve mais trocas de nomes do conselho, além da redução de cadeiras. Todas as mudanças deverão ser aprovada em assembleia geral extraordinária de acionistas.
" O processo de mudança organizacional passa a ser um desafio " disse Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, especialista em varejo. " Eu acho que vai ter um resultado positivo porque ambos (Birman e Jatahy) precisam do mesmo resultado, chegar ao mesmo ponto, que é aumentar o valor da corporação.
Para Paula Acioli, pesquisadora e analista de moda, o anúncio de ontem é relevante para as operações da companhia, mas também para o setor de moda no país, pois "chega a tempo, espera-se, de mitigar danos e de reverter o quadro".
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