Prazo de trump para volta de tarifaço acaba na quarta
O governo Donald Trump decide esta semana se relançará uma guerra tarifária a dezenas de países ...
O governo Donald Trump decide esta semana se relançará uma guerra tarifária a dezenas de países parceiros comerciais dos Estados Unidos. Depois de provocar um terremoto na economia global ao anunciar tarifas recíprocas punitivas sobre quase todos as nações, no que chamou de Dia da Libertação, em 2 de abril, Trump decidiu posteriormente por uma trégua e suspendeu o tarifaço por 90 dias, para negociações país a país. O prazo termina na quarta-feira, e até agora apenas dois acordos foram anunciados, com o Reino Unido e o Vietnã.
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, as negociações continuaram no fim de semana e estão focadas em 15 a 18 acordos com parceiros importantes.
Com o tempo se esgotando para o prazo final de 9 de julho, a União Europeia (UE) está entrando em uma semana crucial, com apenas dois dias de negociações restantes para garantir um acordo comercial com Washington que evite tarifas de até 50% sobre suas importações para os EUA.
AMEAÇAS À União Europeia
Dando uma ideia da agressividade americana contra a UE, o comissário de comércio europeu, Maros Sefcovic, ouviu ameaças na semana passada de tarifas de 17% sobre importações de alimentos durante conversas com membros sêniores do governo Trump, incluindo Bessent.
Trump afirmou no fim de semana que amanhã deverá notificar cerca de uma dúzia de países sobre o novo nível de tarifas. Segundo informações da Casa Branca, os EUA continuaram negociando ativamente durante o fim de semana com Japão, Coreia do Sul, União Europeia e Índia.
O presidente americano já afirmou que não considera adiar o prazo desta semana. Questionado sobre uma possível extensão das negociações, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que a decisão final caberá a Trump.
" Vamos fazer o que o presidente quiser, e ele é quem vai determinar se estão negociando de boa-fé " disse Bessent à CNBC, quando perguntado se o prazo poderia ser estendido.
Em Brasília, segundo o jornal Valor, negociadores brasileiros acreditam que, caso não haja consenso com os EUA até o fim do prazo, na quarta-feira, haveria espaço para uma nova "trégua" entre os dois países.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse que quer um acordo rápido, ao estilo do Reino Unido, para evitar uma guerra comercial em larga escala, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, prefere esperar por um acordo melhor "se um acerto apressado for desequilibrado".
Após meses de ameaças de tarifas retaliatórias sobre tudo, desde Bourbon até aeronaves Boeing, a UE admitiu na semana passada que um acordo comercial abrangente é inatingível.
" Entre os estados-membros, a grande questão é se devemos chegar a um acordo a todo custo para evitar uma guerra comercial ou mostrar força se o acordo não for bom o suficiente " resumiu um diplomata da UE.
EXEMPLO DO REINO UNIDO
Pragmáticos, os negociadores do bloco buscam agora um acordo de princípio, ou "acordo-quadro", mais parecido com o acordo dos EUA com o Reino Unido, firmado em maio, que entrou em vigor no final do mês passado.
Muitos diplomatas da UE inicialmente rejeitaram o acordo do Reino Unido, considerando-o superficial e juridicamente duvidoso segundo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), e alimentaram esperanças de que ajudaria a maior influência econômica do bloco, com € 1,6 trilhão em comércio transatlântico, em comparação com os £ 314 bilhões (€ 363 bilhões) do Reino Unido.