Zezé motta sobre a escolha de uma negra para abl: ‘estamos virando o jogo’
Com mais de 60 anos de bons serviços prestados à cultura e à luta antirracista, a querida ...
Com mais de 60 anos de bons serviços prestados à cultura e à luta antirracista, a querida atriz e cantora Zezé Motta, 81, nascida em uma família humilde em Campos, no interior fluminense, celebrou a eleição, na última quinta-feira, de Ana Maria Gonçalves para a Academia Brasileira de Letras, a primeira mulher negra, em 128 anos da instituição, a se tornar imortal.
"Quando soube da entrada dela na ABL, lembrei da minha saudosa guru Lélia Gonzalez (1935-1994), que dizia: ‘Não temos mais tempo pra lamúrias, precisamos arregaçar as mangas e virar o jogo’", diz: "Nós, mulheres negras, estamos virando o jogo. Hoje comemoramos o avanço, entre outros, de nomes como Taís Araújo, Cris Vianna, Érika Januza e Clara Moneke".
Apesar da idade, Zezé diz que nunca trabalhou tanto:
"Parece que me redescobriram. Estou trabalhando mais agora do que quando estava no auge dos meus 50, 60 anos".
Desde o fim da pandemia, a atriz tem viajado pelo país com o show "Coração vagabundo - Zezé canta Caetano". No teatro, está em turnê com o solo "Vou fazer de mim um mundo", que estreia no CCBB do Rio no dia 15 de agosto. Na TV, está no ar com as séries "Arcanjo renegado" (Globoplay) e "Americana" (Star+). No cinema, terá sua vida contada no filme "Nas garras da felina".
Também no próximo 25 de julho, data em que se celebram o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a atriz estará à frente do especial "Mulher Negra 2025", que vai ao ar no canal E! Entertainment.
"É tanta coisa que, às vezes," confessa, "o cansaço bate. Aí, sim, me lembro que estou com 81. Mas, se não fosse isso, nem pensaria em idade. Acho que o segredo é não parar."
Tem razão, querida.
Fernanda Pontes