Martes, 05 de Agosto de 2025

De joão grilo ao poliana, matheus nachtergaele celebra: ‘minha farra é o trabalho’

BrasilO Globo, Brasil 26 de julio de 2025

Depois de reviver João Grilo, o notável personagem criado por Ariano Suassuna (1927-2014), ...

Depois de reviver João Grilo, o notável personagem criado por Ariano Suassuna (1927-2014), em "O auto da Compadecida 2", o ator Matheus Nachtergaele, paulista, 57 anos, dá vida ao melancólico Audálio Candeias, mais conhecido como Poliana, o melhor amigo de Raquel (Taís Araújo), na nova versão de "Vale tudo", da TV Globo.
"Foi surpreendente voltar a fazer novelas. Como é vivo estar na TV aberta. A novela tem uma interatividade absurda com o público", diz ele, em conversa com Fernanda Pontes, da turma da coluna.
No remake da trama, que tem como autora principal Manuela Dias, o ator define Poliana como um homem solitário: "Ele criou sozinho a irmã, Aldeíde (Karine Teles). A Manuela decidiu que ele seria assexual " ou seja, não é movido pelo desejo romântico ou sexual. Isso traz uma ternura triste. Ele carrega uma tristeza que ainda não sabe de onde vem. É lindo interpretá-lo."
Nachtergaele, embora entusiasmado com a força da interatividade de personagens como Poliana, deixa escapar que João Grilo foi seu cartão de visitas como ator.
"Me colocou no coração do povo", afirma: "Eu costumo brincar com o Selton (Mello) que, depois de ‘O auto da Compadecida’, nós dois nunca vamos passar fome na vida. Se tudo mais falhar e a gente for parar na sarjeta, alguém vai parar o carro e nos ajudar."
O ator deu vida ao esperto João Grilo " sempre ao lado do amigo Chicó, vivido por Selton Mello " primeiro, numa minissérie em quatro capítulos, na TV Globo, em 1999, escrita por Guel Arraes, Adriana Falcão e João Falcão.
A partir daí, a dupla foi parar nos cinemas em 2000 e, no ano passado, o filme ganhou uma sequência, vista, até agora, por mais de quatro milhões de pessoas. "O impacto da obra de Suassuna vem da nobreza da simplicidade", diz: "O autor era um intelectual que falava de forma acessível e para quem a arte deveria ser popular, mas elevada. Isso torna sua brasilidade eterna."
No campo pessoal, João Grilo " ou melhor, Nachtergaele " comemora mais de uma década longe do vício do álcool, que lhe causou prejuízos: "Parei para continuar sendo um ator com voz, corpo e memória funcionando", afirma: "Hoje, minha farra é o trabalho. E está gostoso assim", conclui.
Maravilha!
Em tempo:
O paraibano Ariano Suassuna, que disse certa feita: "Não troco o meu ‘oxente’ pelo ‘ok’ de ninguém!", era um ferrenho regionalista e nacionalista. Certamente estaria hoje espumando de raiva com Donald Trump tentando meter o bedelho na Justiça e na política brasileira. Um dos seus "causos" mais famosos se refere a um jantar no dia em que tomou posse na Academia Brasileira de Letras, em 1990. Lá pelas tantas, a anfitriã disse: "Você, naturalmente, já foi à Disney, não é?". "Já foi aonde?", respondeu o escritor, que emendou: "Eu nunca saí do Brasil." A madame " "que dividia a humanidade entre os que foram e os que não foram à Disney" " ficou decepcionada.
Mas isso é outra história.
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