Mário de andrade e o fenômeno do cangaço

Para quem se surpreendeu com o sucesso do folhetim "Guerreiros do Sol", de George Moura e Sergio Goldenberg, Lampião e o cangaço estão entre os temas mais abordados na história da literatura brasileira. Só a Biblioteca Nacional tem uma lista com 207 livros sobre o assunto. Acredite.
Em 1932, com Lampião ainda vivo " ele só viria a morrer em 1938 ", o escritor modernista Mário de Andrade publicou, na Revista Nova, de São Paulo, o ensaio intitulado "Romanceiro de Lampeão" (com "e"), em que cita folhetos da literatura de cordel narrando os feitos e façanhas do cangaceiro.
"O cangaço é o épico popular brasileiro, por excelência", diz o historiador Frederico Pernambucano de Mello, cujo livro "Guerreiros do Sol" (1985), com prefácio de Gilberto Freyre, inspirou a série atual da Globo.
Para o autor, o gênero é o nosso correspondente ao romance de cavalaria medieval " histórias quase sempre sobre proezas e façanhas de um herói " e ao faroeste americano, que enriqueceu Hollywood.