Sábado, 09 de Agosto de 2025

Aos 88 anos, o ‘teimoso’ reginaldo faria é só paixão pela arte

BrasilO Globo, Brasil 9 de agosto de 2025

De Nova Friburgo para o mundo, Reginaldo Faria, 88 anos, é sinônimo de arte. Ele, assim ...

De Nova Friburgo para o mundo, Reginaldo Faria, 88 anos, é sinônimo de arte. Ele, assim como boa parte de sua família, representa o amor e, como o próprio artista diz, "teimosia" pelo cinema, teatro e TV. Esta semana, o fluminense tirou um tempinho para trocar dois dedos de prosa com Nelson Lima Neto, da turma da coluna, sobre a homenagem que irá receber, em Miami, na 29ª edição do Inffinito Brazilian Film Festival. Ele será celebrado com a Lente de Cristal, premiação por toda sua trajetória, durante a noite de gala no dia 13 de setembro, no Silverspot Cinema. Aliás, será nesta ocasião em que, veja só, será exibido seu mais recente trabalho, intitulado "Perto do Sol é mais claro", dirigido pelo filho Regis Faria, e cuja distribuição será feita pela O2 Play.
"Eu já estava meio que pendurando as chuteiras. Aí recebo uma homenagem dessas, que me desloca do lugar onde estou. Posso atribuir isso ao trabalho, à paixão pelo cinema. Estou em cinema desde 1957 " evidentemente incluindo televisão e alguns espetáculos teatrais. Herdei isso do meu pai e da nossa formação. Dos meus irmãos", celebra Reginaldo, cuja família tem a arte no DNA.
"Não digo que a família tenha feito as melhores coisas, mas se for falar em tamanho e proporção familiar, é a que mais está envolvida com a arte. Meus irmãos, Roberto, Riva e Rogério assinaram grandes projetos. Nossos filhos são premiados. E agora os netos estão aflorando no cinema", antevê o grande intérprete.
Sobre seu novo longa, Rêgi vive um engenheiro carioca de 85 anos que enfrenta a perda da esposa. A narrativa mostra sua rotina solitária, o apoio dos filhos e sua busca em seguir adiante ao escrever um livro " e se apaixonar por uma talentosa atriz. O veterano, aliás, não cogita parar de criar.
"As coisas ficam mais difíceis para pessoas da minha idade. A gente tem que fazer uma ‘transferência’ da nossa arte. Eu escrevi dez roteiros para cinema durante algum tempo e agora os transformei em livro. Só falta encontrar uma editora para lançá-los. A arte é teimosa. A gente quer fazer sempre. Não importa o resultado", brinca o eterno Marco Aurélio, personagem que encarnou na primeira versão de "Vale tudo", em 1988.
Antes de concluir a conversa, Faria fez questão de, de certa forma, mandar um recado para os mais novos. Citando exemplos de Othon Bastos (92 anos) e Irene Ravache (81 anos), ambos recentemente aclamados por trabalhos expressivos no teatro, o ator pediu que as novas gerações aproveitem tudo aquilo que os "veteranos" têm a oferecer:
"Se (essa nova geração) não prestigiar (a mais antiga), é porque não tem a menor noção do que acontece. Fui à estreia do monólogo do Othon Bastos e ele foi aplaudido em cena ao menos dez vezes. Isso é uma prova cabal de que os veteranos ainda estão em vida e despertos. Essa juventude tem que entender esse processo. Os novos talentos estão aí. Farão coisas maravilhosas, mas é preciso exaltar os veteranos e aprender com eles".
Rêgi tem toda razão. Eu apoio.
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