Eagle resiste a investida de textor para comprar saf

O empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, buscou novamente a Eagle Football " holding que controla a maior parte das ações do clube " para tentar negociar a compra do alvinegro e frear as ações na Justiça. Houve uma reunião em Nova York na sexta-feira, mas fontes ligadas à Eagle afirmam que o dirigente não apresentou provas da capacidade financeira para concretizar a operação.
Apesar do interesse declarado de Textor em assumir integralmente a SAF do Botafogo, através da criação de outra empresa nas Ilhas Cayman, a avaliação interna na Eagle é a de que a estratégia de pressionar negociações "no grito" não terá efeito. Segundo O GLOBO apurou, enquanto não houver controle efetivo da gestão do alvinegro, a Eagle não pretende avançar em um acordo para venda da SAF.
Atualmente, não há diagnóstico claro sobre ativos, passivos e o valor real do Botafogo. A percepção é a de que o litígio judicial movido por Textor trava alternativas, inclusive a possibilidade de a própria Eagle capitalizar a operação " modelo já utilizado no francês Lyon, outro clube do grupo.
Fontes lembram que, caso a Eagle tivesse assumido a SAF em 17 de julho, como inicialmente planejado, já haveria um panorama contábil e financeiro definido, com estimativa de necessidades e de valuation. O processo, afirmam, poderia seguir o exemplo do Lyon, onde um levantamento semelhante foi concluído em três semanas. Nesse cenário, caso tivesse o interesse, Textor poderia se oferecer como comprador. Mas a percepção é a de que o dinheiro do americano "acabou".
Enquanto isso, Textor está no mercado atrás de recursos para a recompra do Botafogo através da empresa que criou nas Ilhas Cayman com o auxílio dos dirigentes do clube associativo. O empresário americano já obteve um aporte de Evangelos Marinakis, dono do Nottingham Forest, da Inglaterra, mas não recebeu aval sobre um interesse do grego na compra do Botafogo.
Sem margem após aportar 200 milhões de dólares (R$ 1,1 bilhão) na SAF do alvinegro, Textor pegou valores robustos emprestados com o grego e conseguiu a liberação do meia Danilo (que custou 22 milhões de euros) com a promessa de pagar a Marinakis com receitas futuras do Botafogo.