Jueves, 04 de Septiembre de 2025

Guiana elege novo presidente em meio à tensão com maduro

BrasilO Globo, Brasil 1 de septiembre de 2025

A Guiana vai às urnas hoje em meio à crise diplomática com a Venezuela, que reivindica a ...

A Guiana vai às urnas hoje em meio à crise diplomática com a Venezuela, que reivindica a região do Essequibo, rica em petróleo e recursos naturais. O vencedor do pleito terá a missão de administrar a nova riqueza do país, ainda marcado por desigualdades, além de enfrentar a ameaça expansionista de Nicolás Maduro.
Em eleições legislativas de turno único, o candidato do partido que receber mais votos assume a Presidência. Três nomes despontam como favoritos: o atual presidente, Irfaan Ali; o líder da oposição, Aubrey Norton; e o multimilionário Azruddin Mohamed. Pesquisas locais apontam para a reeleição de Ali, mas ele é seguido de perto por Norton.
Atual mandatário, de origem indiana e muçulmana, Ali tem 45 anos e se apresenta como firme defensor do território em disputa com os venezuelanos. Nascido em Leonora, vilarejo a 15 km da capital Georgetown, é filho de professores e estudou no Reino Unido e na Jamaica. Foi eleito deputado em 2006 e, em 2020, escolhido pelo ex-presidente Bharrat Jagdeo como candidato do Partido Progressista do Povo (PPP). Primeiro a governar sob a era do petróleo, defende que os recursos sejam administrados "em benefício das futuras gerações".
Aubrey Norton, 68 anos, é seu principal adversário e líder da coalizão Aliança para uma Nova Unidade (APNU). Afro-guianense, formado em Cuba e no Reino Unido, construiu sua carreira no Congresso Nacional do Povo (PNC, na sigla em espanhol). Chefe da oposição desde 2022, é um crítico ferrenho do governo, que acusa de corrupção e ilegitimidade. Ele defende o uso das receitas do petróleo e do gás para combater a pobreza, com propostas de aumento de salários, pensões e auxílios sociais, além de subsídios à eletricidade e à água.
O menos favorito é o magnata Azruddin Mohamed, de 38 anos, que busca romper o bipartidarismo local ao lançar a legenda WIN (We Invest in Nation, ou "Nós investimos na nação", em português). Filho de empresário, fez fortuna na exploração de ouro e cultivou uma imagem de playboy. Mas foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos EUA por evasão fiscal. Agora, promete combater a corrupção, afastar-se das elites políticas e até abrir mão do salário presidencial. Desconfiado da imprensa, com quem pouco fala, aposta na juventude e na imagem de outsider, mas sua real força eleitoral é incerta.
pobreza ainda é alta
Com as maiores reservas de petróleo per capita do mundo, a Guiana quadruplicou seu orçamento estatal após a descoberta, em 2015, de grandes jazidas. O país iniciou a produção há seis anos e espera dobrar a extração de barris até 2030. No ano passado, teve a maior taxa de crescimento da América Latina, com avanço de 43,6% do PIB. Apesar disso, a pobreza ainda é alta. Segundo o Banco Mundial, a parcela da população que vive com menos de US$ 5,50 (R$ 30) por dia caiu de 60,9% em 2006 para 48,4% em 2019.
" É preciso distinguir crescimento e desenvolvimento, garantir que a riqueza se traduza em desenvolvimento, e não apenas em estradas e infraestrutura " diz Neville Bissember, professor da Universidade da Guiana. " Existem modelos a seguir: Botsuana, Cingapura, Malásia.
Único país de língua inglesa da América do Sul, a Guiana foi colônia britânica até 1966 e integra a Commonwealth. Antes, foi colonizada pela Holanda e, após a abolição da escravidão, recebeu imigrantes da Índia para o trabalho nas plantações de cana. A sociedade segue dividida por origem étnica, com diferenças marcantes entre as comunidades de ascendência indiana, africana e indígena.
A Venezuela reivindica o Essequibo há mais de cem anos. A região de 160 mil km² corresponde a dois terços do território da Guiana e voltou ao centro das tensões após as descobertas de petróleo. Caracas sustenta que a fronteira válida é a de 1777, do período colonial espanhol. Já Georgetown defende os limites fixados em 1899, quando a região pertencia aos ingleses.
Em maio, Maduro chegou a eleger simbolicamente um governador e outros representantes para a área. Em 2024, o líder venezuelano promulgou a Lei Orgânica para a Defesa da Guiana Essequiba, que contempla a criação do estado da "Guiana Essequiba". À época, a decisão foi tachada pelos guianenses como uma "violação flagrante dos princípios mais fundamentais do direito internacional".
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