Fefo barrichello estreia na f3 sob a bênção do pai rubinho

‘Meu pai, às vezes, abre algumas portas, mas não consegue mantê-las abertas. Por isso, eu preciso manter essa abertura por conta própria". Com franqueza e lucidez, Fernando Barrichello resume em entrevista ao GLOBO, direto do autódromo de Monza, na Itália, como lida com as vantagens e os desafios de ser filho de um piloto duas vezes vice-campeão na Fórmula 1. Fefo, como é conhecido, estreou ontem na Fórmula 3 " largou em 29º na sprint, terminou em 20º e foi o melhor dos três pilotos da sua equipe, a AIX Racing (a corrida principal acontece nesta madrugada, às 4h45). E disse encarar com naturalidade a pressão por ser herdeiro de Rubinho:
" Já aprendi a lidar com isso e sempre tive de provar meu valor na pista.
Fefo, o caçula da família, completará 20 anos de idade na próxima sexta-feira e encarou a estreia na F3 como um presente de aniversário antecipado. Ele sabe que sua equipe provavelmente não disputará o título no futuro próximo, mas foca em ganhar experiência.
" É um sonho estar aqui. Representar o Brasil e o nome Barrichello em algo perto da Fórmula 1 é uma felicidade enorme " celebra Fernando, que lamentou a ausência de Rubinho. " Infelizmente meu pai não está aqui (em Monza). Mas tenho certeza de que, no ano que vem, a gente vai estar junto em várias corridas.
Fernando entra numa categoria que, recentemente, teve dois brasileiros campeões: Rafael Câmara neste ano (de forma antecipada) e Gabriel Bortoleto, agora na Fórmula 1, em 2023.
" Estou muito honrado em representar o Brasil, que voltou a crescer muito neste mundo da Fórmula 1. Gabriel chegou à categoria, está indo tão bem e merece estar no grid. Rafael também vai chegar, porque tem feito um trabalho ótimo e merece entrar na Fórmula 1. Acredito que eu também posso fazer isso " projeta Fefo.
Ainda que o sobrenome Barrichello traga uma sombra natural, Fefo garante que ele e Rubinho mantêm uma troca saudável e plural, dentro e fora das pistas:
" Com o passar dos anos, a gente criou uma relação ainda melhor. No fim de semana, ele é o meu pai. Não é o Rubens Barrichello, não é meu engenheiro, não é meu mecânico... Ele é o meu pai. Ao mesmo tempo, ele tem muita experiência no automobilismo a agregar. Então, vou até ele para ter suporte familiar e tirar dúvidas. Todas as decisões que eu tomo na minha vida profissional, eu tento compartilhar um pouco com ele, que é um cara muito experiente.