Sábado, 27 de Septiembre de 2025

Ambipar avalia recuperação judicial no brasil e nos eua

BrasilO Globo, Brasil 27 de septiembre de 2025

Um dia após ver suas ações despencarem na Bolsa ao obter uma liminar na Justiça que a ...

Um dia após ver suas ações despencarem na Bolsa ao obter uma liminar na Justiça que a protege contra credores, a Ambipar avalia se vai iniciar processo de recuperação judicial apenas no Brasil ou também nos Estados Unidos. Isso porque parte considerável das dívidas e garantias contraídas pelo grupo brasileiro de gestão ambiental corre em solo americano. Na lista, estariam as perdas da empresa com a desvalorização de títulos emitidos no exterior e até dívidas com bancos brasileiros. Ainda assim, ontem o dia foi de recuperação dos papéis na Bolsa, com alta de 18%, a R$ 8,85.
A recuperação judicial permite que empresas em dificuldade tenham as dívidas suspensas durante um período para viabilizar sua reestruturação. As opções na mesa da Ambipar incluem, além do processo brasileiro, o Chapter 11, mecanismo equivalente à recuperação judicial no Brasil, ou o Chapter 15, instrumento projetado para ocorrer em paralelo a uma recuperação judicial em outro país. Advogados da companhia no Brasil e nos EUA analisam as possibilidades.
até 30 dias para decidir
A decisão não é simples, nem rápida. Cerca de 280 empresas compõem o grupo, que soma 23 mil funcionários em operações em 41 países. Será preciso avaliar documentalmente quais dos negócios precisarão ter o caixa protegido com o processo. A previsão, segundo fontes a par das discussões, é que a Ambipar leve o pedido de recuperação à Justiça em até 30 dias.
Em paralelo, a empresa conduz uma auditoria para investigar a crise. O ponto de partida são mudanças no contrato de empréstimo de US$ 35 milhões firmado pela Ambipar com o Deutsche Bank no último dia 18.
O banco alemão estaria cobrando o pagamento de garantias vinculadas ao contrato, o que poderia ser o gatilho para antecipação de débitos de até R$ 10 bilhões da empresa com outras instituições financeiras do mercado. Isso porque os contratos financeiros firmados pela Ambipar incluem cláusulas de vencimento cruzado, mecanismo de segurança que protege os interesses do credor.
Neste arranjo, quem empresta o dinheiro tem o direito de exigir a devolução imediata de todas as parcelas em aberto caso o devedor falhe em pagar outros empréstimos. Se descumprisse o pagamento de qualquer parcela, a Ambipar abriria portanto margem para cobrança antecipada de um total de dívidas com instituições financeiras de até R$ 10 bilhões, além de deflagrar uma corrida atrás de caixa e ativos do grupo empresarial.
Segundo pessoas próximas à companhia, as possíveis irregularidades estariam ligadas à assinatura de um aditivo de contrato por um ex-executivo sem a anuência do Conselho de Administração da Ambipar, o que pode ter violado as regras da empresa.
O empréstimo com o Deutsche Bank foi ancorado numa série de contratos de derivativos para proteger as empresas do grupo de variações cambiais. De acordo com os termos, o valor total considerado para o cálculo da dívida com o Deutsche seria da ordem de US$ 550 milhões.
O aditivo assinado pelo ex-executivo teria ainda vinculado o empréstimo a green bonds, títulos emitidos pela companhia no exterior que acumularam, só em setembro, desvalorização de 77%.
A auditoria, por enquanto, é interna, mas um processo independente deve ser contratado para que seja analisado se houve algum problema de gestão. Caso a empresa consiga comprovar que a assinatura do contrato representa alguma irregularidade, segundo pessoas a par das discussões, a Ambipar deve buscar indenização e responsabilização dos envolvidos cível e criminalmente, se for o caso. Procuradas, Ambipar e Deutsche Bank não comentaram o assunto.
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