Byd dolphin mini terá preço de r$ 98,5 mil na venda direta a taxistas
Com o início da operação de sua fábrica em Camaçari, na Bahia, a montadora chinesa BYD ...
Com o início da operação de sua fábrica em Camaçari, na Bahia, a montadora chinesa BYD esquenta a disputa por preços mais competitivos de modelos elétricos e híbridos no mercado brasileiro. Com produção local, a fabricante ingressa no mercado de vendas diretas (da fábrica para alguns tipos de clientes ) e pode oferecer novos descontos, já que se beneficiará de isenções de impostos. Com isso, a nova versão de entrada do Dolphin Mini será oferecida por até R$ 98,5 mil.
A montadora informou que além do Dolphin Mini, os modelos BYD King e BYD Song Pro, produzidos nacionalmente, terão isenção de IPI e ICMS para clientes de vendas diretas. Com descontos, a marca pretende ampliar sua participação no mercado de eletrificados no país. O alto valor dos veículos elétricos e híbridos ainda é uma barreira, apontam especialistas.
A modalidade de venda direta é aquela em que o veículo é adquirido direto com a fabricante com preço e condições diferenciadas, como isenção de impostos. Entre os clientes que podem fazer a compra direta com as montadoras estão pessoas jurídicas, produtor rural, pessoas com deficiência, taxistas, locadoras, autoescola, frotistas e transporte escolar.
No caso do Dolphin Mini, a marca criou a versão GL de entrada. O preço sugerido é de R$118.990. Mas com os descontos de 10% para os clientes de venda direta, o valor cai para R$ 107.091 para microempresas (compra via CNPJ) e produtores rurais. No caso de pessoas com deficiência, o modelo sairá por R$ 99.990, com as isenções, enquanto taxistas pagarão R$ 98.590 pelo veículo.
1 milhão vendidos
Desde que foi lançado na China, em 2023, o Dolphin Mini, um dos mais acessíveis em termos de preços no segmento de elétricos, já ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades vendidas. O Dolphin Mini (que na China se chama Seagull), chegou a superar em vendas o Tesla Model Y por alguns meses em 2024.
O BYD Dolphin Mini tem motor de 75 cavalos, bateria de 38 kWh e autonomia de até 280 km quilômetros, de acordo com o Inmetro. Na sua nova versão de entrada (GL), o compacto 100% elétrico terá bateria de 30,08 kWh e autonomia de até 250 km.
A BYD também vai oferecer o SUV híbrido BYD Song Pro e o sedã híbrido BYD King com os incentivos, focando principalmente nas versões GL, que serão direcionadas exclusivamente para o canal de vendas diretas.
O Song Pro GL custa R$189.990. Com o desconto de 15% para os clientes de venda direta, os valores caem para R$161.492 (produtores rurais e CNPJ) e R$ 147.990 para pessoas com deficiência. Já os taxistas pagam R$ 132.900.
O King custa R$ 169.990, e com os descontos, o valor cai para R$ 144.492 (para CNPJ e produtores rurais); R$ 132.990 para pessoas com deficiência e R$ 124.990 para taxistas.
Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a BYD lidera as vendas de carros eletrificados no país. Este ano, de 191,6 mil veículos comercializados, a montadora chinesa vendeu 77,2 mil, 40,3% do segmento.
O Song da BYD lidera o ranking dos carros eletrificados , com 26.913 unidades (14% do total). Em segundo lugar aparece o Dolphin Mini, com 22.924 (12%). O Haval 6, da GWM, aparece em terceiro com 22.002 unidades vendidas este ano, ou 11,5% do total.
Especialistas já previam que com o aumento do interesse dos compradores pelos veículos eletrificados e o início de produção local da BYD e outras montadoras, como a também chinesa GWM, os consumidores seriam beneficiados com aumento da concorrência " e preços mais baixos.
Produção de 150 mil
Recentemente, Ferdinand Dudenhöffer, professor e diretor do Centro de Pesquisa Automotiva (CAR), que pesquisa a indústria automobilística na Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha disse ao GLOBO, que a produção no Brasil e em outros países é geralmente mais cara do que na China. Ele não espera uma guerra de preços como a do mercado chinês, mas sim preços mais baixos através de descontos maiores.
A BYD iniciou oficialmente sua produção no Brasil no dia 9 de outubro passado. Com um investimento de R$ 5,5 bilhões, a unidade ocupa 4,6 milhões de metros quadrados e começa com capacidade para produzir 150 mil veículos por ano, com expectativa de dobrar esse volume até 2030, chegando a 600 mil unidades.
Com duas linhas produção testadas na China e transportadas ao Brasil, a GWM começou a produzir no país na antiga fábrica da Mercedes-Benz, em Iracemápolis, a 164 quilômetros da capital paulista, em agosto. São 570 funcionários, sendo 80 chineses, que estão em funções específicas, como programação de robôs, ou em postos de comando. A GWM foca no segmento de SUVs, recheados de tecnologia, com preços a partir de R$ 199 mil, mas que podem chegar a R$ 325 mil na versão GT.