Justiça absolve os réus pelo incêndio no ninho do urubu
Em decisão publicada ontem, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu sete réus no processo relativo ao ...
Em decisão publicada ontem, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu sete réus no processo relativo ao incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em 2019. O episódio deixou dez jovens da base do clube mortos e outros três feridos. A informação foi publicada originalmente pelo site G1.
A decisão foi assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital. No entendimento do magistrado, há "ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e na impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição". Em maio, o Ministério Público havia pedido a condenação de todos os 11 reús.
No total, sete réus foram absolvidos na decisão de ontem, que aonda pode ser contestada na Justiça. Outros quatro já haviam sido inocentados anteriormente. Presidente do clube na ocasião, Eduardo Bandeira de Mello teve a possibilidade de punição extinta em 2021, por prescrição.
Os réus restantes respondiam pelos crimes de incêndio culposo qualificado com resultado de morte de dez pessoas e lesão corporal grave em outras três. Entre eles estavam diretores e representantes de prestadores de serviço no CT na ocasião.
A tragédia aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2019. Os jovens, que tinham entre 14 e 16 anos, dormiam dentro de um contêiner, uma instalação provisória, quando o fogo começou. A suspeita é que o incêndio tenha começado após um curto-circuito em um ar-condicionado, que ficava ligado 24 horas por dia no local. O fogo se alastrou devido ao material do contêiner, segundo a investigação.
Na época do incêndio, o Ninho do Urubu não tinha alvará de funcionamento, segundo a prefeitura do Rio.
Entre os onze réus originais estavam, além do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, os então diretores Antônio Márcio Mongelli e Garotti e Carlos Renato Mamede Noval, representantes de empresas que prestavam serviços e o monitor dos atletas de base do Flamengo.
Dos 16 sobreviventes do incêndio, apenas um, o goleiro Dyogo Alves, ainda é atleta do Flamengo. Aos 21 anos, ele tem algumas participações em jogos da equipe profissional. No meio deste ano, o volante Rayan Lucas, outro que seguia no Ninho (e era comparado com João Gomes, cria do clube que hoje atua na Inglaterra), se transferiu para o Sporting B, de Portugal. O ex-zagueiro Jhonata Ventura abandonou a carreira de jogador, em parti por causa dos ferimentos que sofreu no incêndio, e hoje é funcionário do clube. Dos sobreviventes, cinco foram dispensados menos de um ano após a tragédia, e os outros foram saindo nos anos subsequentes.
Todas as famílias receberam indenizações, após uma longa batalha judicial.