Lott, o marechal que há 70 anos evitou um golpe e garantiu a posse de jk

Com direito a uma sessão solene no Congresso no próximo dia 11 de novembro, completam-se agora exatos 70 anos do movimento que interrompeu um golpe em andamento por setores militares e políticos. A conspiração visava impedir a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek, sob o pretexto de que ele não havia obtido a maioria absoluta dos votos.
O chamado "Movimento de 11 de Novembro de 1955", ou "Golpe Preventivo", foi liderado pelo marechal Henrique Teixeira Lott (1894-1984), então ministro da Guerra. Ele colocou tanques e 25 mil soldados nas ruas. O movimento ficou na História como um momento em que a intervenção militar foi usada para proteger a democracia, não para rompê-la.
Autor de "O soldado absoluto: uma biografia do marechal Henrique Lott", o jornalista Wagner William diz que o militar, ao garantir a posse de um presidente eleito de forma democrática, impediu "que o Golpe de 1964 ocorresse em 1955".
Ele lembra que, depois disso, os mesmos golpistas ainda realizaram movimentos em 1956 e 1959. "Anistiados, voltariam a tentar em 1961, até obter o " inevitável " triunfo em 1964." A partir daí, prossegue Wagner, o nome de Lott foi apagado da História do país. "Setenta anos depois, faz-se justiça."
Em tempo: com o fracasso do plano de impedir a posse de JK, o jornalista Carlos Lacerda, um dos conspiradores civis, pediu asilo a Cuba, então comandada pelo ditador Fulgêncio Batista. Mas isso é outra história.