Lenine, às vésperas da cop30, lamenta que a pauta ambiental perdeu um pouco do protagonismo
Após dez anos, o cantor e compositor Lenine, 66 anos, está de volta ao estúdio. Ele lança, no ...
Após dez anos, o cantor e compositor Lenine, 66 anos, está de volta ao estúdio. Ele lança, no próximo dia 28, o álbum "EITA", pelo selo Casa 9. As urgências ambientais e humanas " temas recorrentes em sua obra " atravessam o novo trabalho. "O planeta pede socorro e é preciso agir já", diz Lenine, que dedicará a faixa "O rumo do fogo" (parceria com Lula Queiroga) aos indígenas Davi Kopenawa, líder yanomami, e Ailton Krenak, membro da ABL.
Com uma discografia ligada ao meio ambiente " ele, entre outras ações, sempre participou do projeto Tamar, que trabalha na recuperação e preservação de espécies de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção nos anos 80 " o artista acha que a pauta do meio ambiente perdeu um pouco do protagonismo que já teve.
"Mas o que não mudou é a urgência das atitudes que a gente precisa tomar", diz o artista na conversa com a repórter Fernanda Pontes, da turma da coluna. Lenine fará um show com renda revertida para a ONG SOS Pantanal, como parte da programação da COP30, em Belém, no dia 21.
Pernambucano do Recife, outra marca do trabalho de Lenine é o regionalismo " o que levou a Prefeitura do Recife a homenageá-lo no carnaval do ano que vem. Em "EITA", ele celebra quatro gigantes do Nordeste: Dominguinhos (1941-2013), Hermeto Pascoal (1936-2025), Letieres Leite (1959-2021) e Naná Vasconcelos (1944-2016).
Autor de mais de 200 canções, o artista começou a se interessar por música ainda na infância, quando pegava o violão escondido da irmã. De lá para cá, lançou mais de dez álbuns e conquistou sete Grammys Latinos. Merece.
Em tempo: Lenine recebeu do pai, comunista, este sobrenome (seu nome completo é Oswaldo Lenine Macedo Pimentel) em homenagem ao líder da Revolução Russa de 1917. Aliás, no país, há 535 pessoas cujo primeiro nome é Lenine e 226 com o sobrenome. O dado é do site "Nomes do Brasil", divulgado terça-feira pelo IBGE, que revelou que Maria é o nome mais popular do país, com quase 12,3 milhões de pessoas, vindo na sequência José, com quase 5,2 milhões. Mas isso é outra história.