Desembolso do bndes atinge maior nível desde 2016
Os desembolsos do BNDES para financiamentos em vigor seguiram em alta no terceiro trimestre, ...
Os desembolsos do BNDES para financiamentos em vigor seguiram em alta no terceiro trimestre, atingindo, no acumulado em 12 meses até setembro, R$ 151,5 bilhões, o maior valor desde novembro de 2016, já descontados os efeitos da inflação, mas uma queda de 13,3% nas aprovações de operações entre julho e setembro, ante igual período de 2024, sinaliza para uma freada no ritmo de crescimento. Apesar do elevado nível das taxas de juros, a diretoria do banco minimizou a queda nas aprovações, culpou o tarifaço dos Estados Unidos e aproveitou para comentar a crise nos Correios " o banco de fomento negou que participe das discussões, no governo, para socorrer a estatal.
As aprovações sinalizam para o ritmo futuro dos desembolsos, já que boa parte dos financiamentos do BNDES é de longo prazo, liberados ao longo de anos.
R$ 7,6 bi a exportadores
O tarifaço americano " desde o início de agosto recai sobre boa parte das vendas do Brasil para os EUA uma sobretaxa adicional de 40% " é prejudicial porque empresas que têm pedidos de financiamento junto ao BNDES em análise podem ter pisado no freio com receio dos impactos.
" Um fator fundamental foi o impacto do tarifaço, que deu certa insegurança " afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ponderando que os empréstimos do Brasil Soberano, o programa de apoio para as empresas mais atingidas pelo tarifaço, operado pelo banco, "amenizaram um pouco".
Até quinta-feira, foram aprovados no Brasil Soberano R$ 7,6 bilhões em empréstimos, informou Mercadante. Desde o início das operações do programa, em 18 de setembro, já foram aprovadas 535 operações e ainda há R$ 2,1 bilhões em pedidos sob análise.
Perguntado sobre a possibilidade de o banco de fomento ajudar numa saída para a crise dos Correios, Mercadante negou:
" Não tenho conhecimento de nenhum contrato dos Correios com o BNDES. Somos contratados para estruturar projetos, e não tenho conhecimento de nenhum projeto.
No governo anterior, o banco de fomento estruturou um projeto de privatização dos Correios, que não foi adiante no Congresso. Mercadante e Alexandre Abreu, diretor Financeiro e de Mercado de Capitais, negaram também que o banco de fomento esteja em quaisquer tratativas para emprestar recursos aos Correios " embora a diretoria do BNDES tenha mencionado que o banco tem uma linha de apoio à reestruturação de estatais, de todas as esferas de governo.