Miércoles, 19 de Noviembre de 2025

Bancos terão de antecipar contribuições ao fgc

BrasilO Globo, Brasil 19 de noviembre de 2025

Com a liquidação extrajudicial do Banco Master, que não foi surpresa para o mercado, o ...

Com a liquidação extrajudicial do Banco Master, que não foi surpresa para o mercado, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) será acionado para ressarcir quem tinha papéis do banco e investimentos. O FGC estimou inicialmente um volume de R$ 41 bilhões, passando depois para R$ 48 bilhões, perto das projeções de analistas de mercado, de R$ 50 bilhões. É o maior desembolso já registrado " e quase metade dos recursos do fundo.
O FGC informou que tem R$ 122 bilhões em seu caixa. Esses recursos vêm da contribuição de bancos para criar esse colchão de liquidez em caso de problemas com instituições financeiras. Mas os bancos terão de antecipar contribuições futuras, que também devem ser mais elevadas do que o percentual atual, para equilibrar o caixa do FGC depois do desembolso com o Master.
Um executivo do setor financeiro, que prefere não se identificar, observa que havia um descontentamento com a situação do Master há algum tempo entre os grandes bancos e que a liquidação não foi uma surpresa.
O caso do Master causava descontentamento no mercado porque o banco emitiu Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com uma taxa muito acima da média do mercado, de até 140% do CDI (referência do mercado, que segue de perto a Selic). A liquidação decretada pelo BC é avaliada como correta pelo executivo, que acredita que isso pode inibir que o modelo de captação usado pelo Master seja replicado no mercado.
possíveis aportes extras
Os bancos contribuem para o FGC todo mês, pagando uma taxa sobre o saldo dos depósitos protegidos pelo fundo. A taxa é de cerca de 0,01% sobre os depósitos elegíveis à cobertura do FGC, como poupança, CDBs e letras de crédito (LCIs/LCAs).
As instituições que têm maior volume de depósitos a prazo pagam mais, já que a contribuição é proporcional ao valor dos depósitos protegidos. Portanto, grandes instituições como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil tendem a dar as maiores contribuições ao FGC " daí o descontentamento no setor com a estratégia agressiva do Master.
Advogados e analistas de mercado descartam risco sistêmico com a liquidação do Master pelo Banco Central. Mas avaliam que o episódio pode impactar bancos menores (pequenos e médios), que terão de pagar mais para captar e podem sofrer uma "fuga de ativos para a qualidade", ou seja, clientes migrando para bancos maiores.
Para Rafael Mortari, sócio da Mortari Bolico Advogados, o maior efeito da liquidação do Master é a "fuga para a qualidade", em que investidores tendem a resgatar recursos de instituições menores para alocá-los em bancos grandes:
" Isso pode secar a liquidez de curto prazo de outros bancos médios que operam com taxas agressivas. Além disso, o volume do passivo coberto (estimado em mais de R$ 60 bilhões) representa o maior teste de estresse da história do FGC, o que pode pressionar o caixa do fundo e exigir aportes extraordinários, gerando ruído no mercado.
No caso do BRB, Mortari vê uma repercussão negativa no curto prazo, que vai pressionar as ações e demandar uma "limpeza reputacional".
Para Paulo Bittencourt, estrategista-chefe da MZM Wealth, pelo menos por alguns meses as pessoas vão ficar mais relutantes em comprar um CDB de um banco pequeno ou médio em função da liquidação do Master. Com relação ao FGC, ele avalia que a instituição já vinha esperando o "baque" da liquidação do Master:
" Como houve fraude, e são os bancos que alimentam o FGC, acredito que há espaço para fazer algum tipo de "corte" no ressarcimento. Por exemplo, pagamento sem juros, ou com juros até determinado prazo.
risco mínimo de contágio
André Camara, sócio da área societária do escritório Benício Advogados, também não vê risco sistêmico. Ele explica que os CDBs do banco foram vendidos a pessoas físicas, e não a instituições financeiras. Dessa forma, o risco de contágio a outras instituições do sistema financeiro é mínimo.
" Nem a mudança de direção do BRB embute qualquer tipo de risco ao sistema financeiro. O afastamento temporário do presidente se deu judicialmente, frente às acusações de irregularidades na negociação com o Master. Por ser um banco público, o afastamento pode gerar repercussão política, onde os partidos de oposição do DF, devem requerer a instalação de uma CPI para investigar a operação com o Master " diz o advogado, referindo-se ao banco estatal que tem por acionista majoritário o governo do Distrito Federal.
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