Fila do inss chega a 2,86 milhões, patamar mais alto já registrado

A fila de espera do INSS atingiu 2,862 milhões de pedidos em outubro, o patamar mais alto já registrado. A fila tinha 2,626 milhões de pessoas em agosto, subiu para 2,778 milhões em setembro e bateu recorde em outubro beirou Desde o início deste ano o crescimento no número de novos pedidos de benefícios é de 23%, e a média mensal chega a 1,3 milhão.
Segundo levantamento do INSS, os requerimentos de Benefício de Prestação Continuada (BPC) atingiram 1,140 milhão, e os pedidos de benefícios por incapacidade chegaram a 1,3 milhão. O tempo médio de espera está em 35 dias e é maior no caso de necessidade de pericia médica.
Para reduzir a fila, o comando do INSS anunciou a criação de um comitê para monitorar, avaliar e propor soluções. Mas novos procedimentos, como a exigência de biometria, acabam pressionando a fila, segundo o próprio Instituto.
PRAZOS PARA BIOMETRIA
Ontem, o governo federal anunciou que será gradual a exigência de biometria para benefícios sociais e haverá um período de adaptação para os atuais beneficiários, sem cortes abruptos de pagamento por falta de cadastro biométrico.
Para novos beneficiários da Previdência Social (INSS) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), no entanto, a biometria será obrigatória já a partir de amanhã.
Para os atuais beneficiários haverá uma implementação gradual até o fim de 2027.
Para salário-maternidade, benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), pensão por morte, seguro-desemprego, abono salarial e Bolsa Família a exigência será a partir de 1º de maio do ano que vem.
Pessoas com mais de 80 anos ficam dispensadas de fazer a biometria mediante consulta a cadastros oficiais ou apresentação de documento de identidade válido com foto.
O governo afirma que os prazos visam evitar exclusão, já que 11 milhões dos 68 milhões de beneficiários dos principais programas sociais ainda não têm qualquer registro biométrico.
" O nosso objetivo é combater fraude, não é impedir alguém que tem direito de receber. Queremos que quem não tem direito deixe de receber, jamais tirar de alguém que tem direito " afirmou a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck.
O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, disse que o governo não deseja dificultar o acesso de quem quer que seja e que o "movimento é de facilitação".
" Se a gente forçasse a implementação da biometria para todo o contingente agora, a pergunta seria: por que vocês estão excluindo tantas pessoas? Nada mais natural do que estender o prazo.
Para alcançar quem ainda falta, o governo adotará busca ativa e comunicação personalizada, método já adotado pelo INSS durante a busca para ressarcir os beneficiários que sofreram descontos não autorizados de entidades associativas.
" Vamos avisar com muita antecedência. Sabemos se a pessoa leu ou não a mensagem. Se não fizer, voltaremos a procurá-la e mostrar como fazer " explicou Dweck.
O número de pessoas recebendo o BPC disparou nos últimos anos, com um aumento de 33% em 31 meses, um aumento de 1,6 milhão de novos beneficiários.
" A mudança que a gente está fazendo é uma mudança muito grande e a gente tem que fazer isso de uma maneira muito correta " disse Dweck.
O cadastro da Carteira de Identidade Nacional (CIN) será a base principal para o cadastro biométrico.
De forma transitória, também poderão ser usadas outras bases oficiais, como as da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o título de eleitor.