Lunes, 08 de Diciembre de 2025

Correios esperam até r$ 6 bi emergenciais do governo em 10 dias

BrasilO Globo, Brasil 7 de diciembre de 2025

Diante da dificuldade de fechar um empréstimo bancário bilionário, a direção dos Correios ...

Diante da dificuldade de fechar um empréstimo bancário bilionário, a direção dos Correios aguarda agora um aporte emergencial do Tesouro Nacional entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões até 16 de dezembro para honrar os compromissos financeiros de fim de ano da estatal, como a folha de pagamentos, o décimo terceiro dos funcionários e faturas de fornecedores.
A avaliação é que, em meio à maior crise financeira de sua história, a estatal não tem mais tempo hábil para fechar as negociações com bancos para a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional, dizem pessoas com conhecimento das decisões e das conversas da estatal com o governo em torno do socorro financeiro e do plano de reestruturação da empresa.
O aporte emergencial agora daria um fôlego para que a estatal mantenha as operações e continue as negociações com os bancos. Enquanto isso, a ordem nos Correios é cortar gastos. E não foi poupada nem mesmo a bonificação de Natal dos funcionários.
Outra medida para cortar custos foi ampliar a meta de corte de pessoal com um plano de demissão voluntária (PDV). O plano inicial era ter a adesão de 10 mil funcionários em 2026. Agora, a estatal pretende eliminar outros 5 mil postos por meio do PDV até 2027. No total, seria gerada uma economia anual de R$ 1,4 bilhão. A medida consta de um documento interno chamado "Correios em Reestruturação", ao qual o GLOBO teve acesso, usado pela direção da estatal para informar os trabalhadores sobre o plano de recuperação a ser executado entre 2025 e 2027 para tirar a empresa da crise financeira.
"Trata-se de uma iniciativa totalmente voluntária, com condições atrativas e seguras para quem optar pela adesão", diz o documento, afastando demissões em massa definidas pela direção. O comunicado também confirmou o adiamento, para a partir de 2027, das contratações dos aprovados no concurso público realizado no fim do ano passado.
A direção dos Correios informou também que revisará a estrutura organizacional para melhorar a governança da estatal e implementará um novo Plano de Cargos e Salários (PCCS) até dezembro de 2026, "alinhado às necessidades operacionais e estratégicas para os próximos anos." O comunicado não detalha quais medidas serão adotadas nesse caso. A estratégia ainda prevê mudanças no plano de saúde até junho de 2026 com medidas para tornar o modelo sustentável e medidas para melhorar a gestão do Postalis, fundo de pensão dos funcionários, até março.
A direção da empresa informa ainda que a preocupação mais imediata é regularizar os pagamentos dos fornecedores até janeiro de 2026. A partir de 2027, o plano projeta a retomada dos investimentos a partir da aprovação de um financiamento pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco do Brics. A previsão é receber cerca de R$ 760 milhões por ano até 2030.
SEM VALE PERU NESTE NATAL
Entre outros pontos do plano de reestruturação que é costurado pela direção da estatal está o fechamento de 1 mil agências e centros de logística deficitários no país. Do lado da receita, está prevista a ampliação do leque de serviços e melhoria da eficiência. O plano, ponto fundamental para os Correios contarem com a garantia do Tesouro Nacional para fechar o empréstimo em melhores condições de crédito, será executado em até dois anos.
O governo vinha resistindo à ideia de aportar recursos nos Correios agora por falta de margem orçamentária e o fato de a empresa fazer parte das estatais independentes, capazes de gerar receitas próprias. Mas, no governo, o entendimento é que um decreto neste ano permite um aporte emergencial, desde que condicionado ao plano de recuperação.
O aporte emergencial também favoreceria o avanço da negociação do empréstimo com um grupo de bancos sem risco para a continuidade das operações dos Correios enquanto isso. Até agora, as negociações envolviam Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra. Com a entrada da Caixa nas conversas, aumenta a expectativa de que a estatal vai alcançar as condições exigidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Tesouro Nacional, que será o avalista.
Na última rodada de negociações, essas instituições propuseram juros equivalentes a 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), referência nos empréstimos diários entre os bancos que guarda uma relação com a Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano. O empréstimo seria liberado em três parcelas: uma de R$ 10 bilhões em 2025 e mais duas de R$ 5 bilhões em 2026. No entanto, o custo foi considerado muito alto pelo TCU e recusado pelo Tesouro, que aponta como parâmetro 120% do CDI nas operações com garantia da União, que reduz o risco para os bancos.
Diante da crise, os Correios cancelaram o Vale Peru, no valor de R$ 2,5 mil, pago em duas parcelas a cada um dos trabalhadores em 2024, após um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Neste ano, não haverá qualquer tipo de bonificação natalina, já que nenhuma despesa poderá ficar fora do plano de reestruturação da empresa que está em elaboração como contrapartida ao socorro financeiro, disse uma fonte.
Os Correios prorrogaram até 16 de dezembro o ACT, que contém cerca de 70 cláusulas sociais e econômicas, como ajuste de salários e do vale-refeição. Na próxima terça-feira, a direção da empresa tratará do tema com dirigentes sindicais. O ACT venceu em meados do ano e tem sido prorrogado consecutivamente, diante do agravamento da situação financeira da estatal.
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