Com a temperatura nas alturas, carioca busca refresco em praias, cachoeiras e Parque Madureira
Agência O Globo -
Que o carioca não gosta de tempo nublado todo mundo sabe, mas nem sempre está preparado para as altas temperaturas deste verão
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Que o carioca não gosta de tempo nublado todo mundo sabe, mas nem sempre está preparado para as altas temperaturas deste verão. Depois de uma quarta-feira de termômetros nas alturas, a previsão é de uma quinta-feira ainda mais quente, com sensação térmica na casa dos 50 graus. De acordo com o Alerta Rio, um sistema de alta pressão persistirá mantendo o tempo estável. O céu ficará claro a parcialmente nublado e não há previsão de chuva. A máxima prevista é de 39 graus.
O tempo bom e o sol forte provocou uma corrida às praias, cachoeiras e outros locais onde é possível se refrescar. Na Zona Norte, um dos locais mais procurados é o Parque Madureira Mestre Monarco, onde famílias inteiras se refrescavam na queda d'água artificial, enquanto outros frequentadores buscavam o gramado e a sombra das árvores.
— Aproveitei a folga para trazer a família. Com esse calor, as crianças não sossegam em casa — disse o segurança Gustavo Lourenço, de 45 anos, morador de Anchieta, que estava acompanhado da mulher e dos quatro filhos pequenos.
Com um sol de rachar, Leandro Nogueira Alves, de 20 anos, nem reclama quando a mãe Marismar manda comprar gelo para abastecer o bar da família, perto do Parque Madureira. É a oportunidade de refrescar enquanto trabalha.
— Fica fresquinho e a gente vende bastante bebida — disse o rapaz descarregando o carro cheio de sacos de gelo, ao lado do tio Antônio Ferreira, de 70.
O calor também é garantia de boas vendas para o vendedor de picolés Cláudio Batista. Aproveitando o movimento do parque, até o meio dia já tinha vendido mais de 40, a R$ 2, cada.
— Daqui a pouco terei de ir buscar mais — disse.
Por volta das 10h30 cerca de 20 pessoas se espremiam debaixo de um abrigo no ponto de ônibus na Avenida Presidente Vargas. Era a única sombra disponível. Uma mulher se abanava com um pedaço de papelão. Já na Praia de Botafogo, três pessoas disputavam uma nesga de sombra atrás do relógio digital, que por volta das 11h já marcava 30 graus.
Quem não pode fugir do sol, por obrigação profissional, tenta artifícios para fugir do valor. O gari Tiago de Castro, de 36 anos, que com outros dois colegas cortavam o gramado perto da igreja da Candelária, carrega com ele dois recipientes com água gelada. E sempre que dá busca uma sombra mais próxima.
— É muito difícil e sacrificante trabalhar debaixo deste sol forte, mas não tem saída. O jeito é recorrer à água gelada e à sombra, quando dá — diz o gari, que, por segurança, trabalha com um uniforme: calça comprida, avental de napa, caneleira de couro e viseira.
Quem lucra com o calor adora dias quentes. A ambulante Márcia Morais, de 43 anos, disse que é quando ela mais vende os sucos naturais de goiaba, manga, maracujá, limão e abacaxi, que traz prontos de casa, em Caxias. Ela vende numa banca, no Centro do Rio, a R$ 3 a garrafa.
— Em dias como hoje consigo vender até 50 garrafas — festeja.