Cpi das pirâmides pede indiciamento de sócios da 123milhas

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras pediu o indiciamento do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, de seis pessoas ligadas à empresa 123milhas, do homem conhecido como "Faraó dos Bitcoins" e de outros 35 nomes. O documento também recomenda ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o fim do prazo para expiração das milhas em programas de companhias aéreas.
O relatório do deputado deputado Ricardo Silva (PSD-SP) foi aprovado ontem à noite pela comissão.
Ronaldinho Gaúcho, que foi ouvido pelo colegiado, é citado pela suposta prática de estelionato e lavagem de bens e capitais, entre outros crimes. O jogador foi convocado por sua ligação com uma empresa que prometia retornos financeiros após investimentos em criptomoedas.
O relatório também pede o indiciamento de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, acusado de estelionato, lavagem de bens e capitais e delito de gestão fraudulenta. Ele é apontado pelo Ministério Público do Rio como chefe de uma "tropa" armada para monitorar e até matar concorrentes no mercado das criptomoedas. Ele está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, e responde hoje a 13 ações penais.
Lei para programa de milha
Além deles, dois sócios e quatro pessoas ligadas à 123milhas tiveram o indiciamento sugerido pela CPI por organização criminosa e lavagem de bens e capitais. Em nota, a empresa "nega veementemente que tenha atuado como pirâmide financeira ou que sua atuação possa sequer ser comparada à de uma instituição financeira."
Em sua recomendação final, o relatório sugere a Haddad a criação de uma lei que trace novas regras para os programas de milhagens de companhias aéreas e recomenda o fim dos prazos para expiração das milhas. A CPI das Pirâmides apurou esquemas financeiros baseados na promessa de retornos muito acima dos oferecidos pelo mercado.