"Foram 5 mil km em um bate-volta de cinco dias"
Calebe de Castro, 33 anos
Calebe de Castro, 33 anos
A final da Sul-Americana foi a primeira vez em que viajei para acompanhar um jogo do Fortaleza fora do estado. Eu e minha esposa tínhamos tentado ver jogos na Argentina (contra Estudiantes e River Plate), mas não foi possível. Já tinha perdido as esperanças de novo, porque as passagens de avião para o Uruguai estavam custando até R$ 7 mil, mas fui presenteado com uma surpresa do programa de sócio-torcedor. Apesar de termos ido de ônibus, não medi esforços e disse de prontidão que aceitava. Foram 5 mil quilômetros em um bate-volta de cinco dias, com a gente custeando alimentação, banho, perrengues no caminho...
Eu não concluí a volta. Parei em Porto Alegre e peguei um voo comprado de última hora. Na ida, o ônibus teve problemas em uma rodovia de São Paulo. Então, minha esposa falou para tentar comprar passagens de avião. Ainda estou pagando.
Ela não pôde ir, mas entendeu. Antes do sorteio do ST, até tinha dito que eu poderia fazer um empréstimo para custear as passagens, mas pensei: "Não sou louco". Queria ter levado também meu pai, que não foi contemplado como sócio.
Eu havia sido desligado em outubro de uma empresa onde trabalhei por 14 anos, o que me permitiu ter tempo para ir à final. Também sou músico e tive que abrir mão de um seis dias de trabalho. Perdi dinheiro, mas deu para conversar.