Miércoles, 15 de Enero de 2025

Mudanças reforçam estratégia da plataforma

BrasilO Globo, Brasil 15 de enero de 2025

O fim da checagem independente de fatos nos Estados Unidos explicitou não apenas uma ...

O fim da checagem independente de fatos nos Estados Unidos explicitou não apenas uma aproximação ideológica com o futuro presidente Donald Trump, como também um novo rumo comercial da Meta. Segundo analistas, as novas políticas vão afetar desde o engajamento na rede aos custos diretos.
Além disso, ao se alinhar com um discurso de liberdade de expressão e reduzir seus custos operacionais, a Meta busca fortalecer sua posição nos EUA sob Trump e aposta em menos regulação.
No vídeo de cinco minutos em que anunciou as mudanças na Meta, o CEO Mark Zuckerberg citou que a aliança com a Casa Branca ajudaria a empresa a "pressionar os governos ao redor do mundo" que, segundo ele, estão indo "contra empresas americanas" ao promover "censura". E, em entrevista a um podcast na semana passada, o CEO da Meta acrescentou acreditar que Trump vai defender as empresas de tecnologia americanas no cenário global.
A jogada, no entanto, não é isenta de riscos, pois a possível associação a conteúdos problemáticos pode afastar marcas que anunciam nas redes sociais da Meta.
redução de custos
Para Tulio Chiarini, pesquisador do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea, as flexibilizações da Meta mostram uma guinada "tanto ideológica quanto comercial", mas seguem a lógica do negócio da empresa:
" Pensando no modelo de monetização baseado em coleta de dados, as mudanças que envolvem menos moderação e maior presença de conteúdo político e de discursos polêmicos podem fazer sentido em termos de engajamento, os quais tendem a gerar mais cliques " afirma o pesquisador, acrescentando que a estratégia ainda poderá atrair usuários pró-Trump.
A pesquisadora Débora Salles, coordenadora de pesquisa no Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (Netlab) da UFRJ, lembra ainda que a decisão de encerrar o programa de checagem independente representa "redução dos custos diretos" para a Meta, pois esta financia as organizações participantes, cerca de 80 no mundo.
" Além disso, existe um movimento de se aliar ao governo americano em uma postura contra regulações em outros países, que tentam colocar algum limite ao modelo de negócios da empresa como na União Europeia " diz Débora. " Ao diminuir as salvaguardas que existem hoje e deixar claro que eles vão jogar contra a regulação e contra a transparência, eles mostram não querer que a responsabilidade seja um custo.
O especialista em reputação Galileu Nogueira, fundador da Galileo Branding, cita ainda o risco de um conteúdo patrocinado ser alvo de discurso de ódio e os comentários ficarem sem moderação. E lembra que as próprias marcas podem ser objeto de alegações falsas.
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