Apesar de fase ruim, botafoguenses viajam para decisão

Todo o contexto que permeia este conturbado início de ano do Botafogo torna a ida do clube " e, consequentemente, dos torcedores " a Buenos Aires bem diferente da final da Libertadores, disputada meses atrás. Isso, somado a outros fatores, como a menor peso da Recopa em relação à principal competição continental e o custo da viagem para a capital argentina " a mesma da decisão contra o Atlético-MG ", fez com que a presença dos alvinegros caísse drasticamente. Apenas cerca de 150 botafoguenses são esperados no El Cilindro.
A estimativa foi feita por Juan Reis, torcedor e fundador do "Botafogo On Tour", um projeto ligado ao Movimento Ninguém Ama Como a Gente, responsável por organizar as festas da torcida no Nilton Santos, que busca promover ações e estruturar a logística para os alvinegros em jogos fora de casa. Para o transporte dos torcedores até o hotel, o grupo fechou um ônibus com cerca de 60 pessoas.
" Buenos Aires é uma cidade onde os voos e a estadia estão mais caros. O fato de a final ter sido há apenas dois meses atrapalha a mobilização. Se fosse um local novo, talvez tivéssemos mais pessoas, algo entre 400 e 500, o que seria um número de razoável a bom " explica Juan, que também vê na fala de John Textor, dono da SAF alvinegra, ao afirmar que "a temporada só começa em abril", um fator desmotivador.
Ações especiais
Ainda assim, o grupo, que tem como objetivo acolher e garantir a segurança dos botafoguenses nos jogos longe do Rio de Janeiro, e oferecer uma estrutura a preço justo, organizou uma logística com uma série de ações para valorizar a ida dos alvinegros a Buenos Aires. Haverá, por exemplo, um encontro exclusivo para torcedores no Puerto Madero, ponto turístico que foi adotado como local de concentração da torcida do Botafogo na final da Libertadores.
De lá, partirá o traslado que levará os botafoguenses até o El Cilindro. O grupo também contará com transporte após a partida. Toda essa movimentação terá escolta da polícia argentina e acompanhamento do Botafogo, que dispõe de um setor de relacionamento e comunicação institucional com os torcedores.
" Não fui na final da Libertadores porque quis estar com a minha mãe. Sou botafoguense por causa dela, e a decisão foi no aniversário dela. Agora, vim para vivenciar o que aqueles botafoguenses aproveitaram no dia 30 de novembro " conta o advogado Pedro Lambert, que não se deixou desanimar pelo início de ano complicado do Botafogo. " Eu realmente não ligo para o Carioca, mas acho que a Recopa é um título importante. Além disso, tinha vontade de conhecer o estádio do Racing. Vai ser legal curtir a Argentina com meus amigos e ver o Botafogo jogar, que é o que importa.