Sábado, 26 de Abril de 2025

Enel faz aporte recorde no país de olho na renovação de contratos

BrasilO Globo, Brasil 26 de abril de 2025

Alvo de críticas por apagões após fortes chuvas em suas áreas de atuação e em meio ao ...

Alvo de críticas por apagões após fortes chuvas em suas áreas de atuação e em meio ao debate sobre mudanças nos critérios para renovação de concessões na distribuição de energia, a Enel Brasil investe para melhorar sua rede e alcançar a prorrogação de seus contratos em São Paulo, Rio e Ceará.
No comando da companhia desde o fim de 2023, Antonio Scala afirma que as mudanças climáticas levaram investimento e mobilização operacional no setor elétrico a um novo patamar.
" Tivemos eventos climáticos severos que marcaram uma mudança na necessidade de investimento e na mobilização operacional. Serão R$ 24 bilhões para nossas distribuidoras de 2025 a 2027, incremento de 60% (de 2024 a 2026), para digitalização e resiliência de redes. Para São Paulo são mais R$ 10 bilhões, o mesmo montante que investimos nos últimos sete anos. É mudança estrutural " diz o presidente da Enel Brasil.
Perguntado se o patamar anterior estava subdimensionado, Scala reafirma que "o jogo mudou" com o desafio climático, e diz que o "desafio é global" e o "caminho será de longo prazo":
" Os contratos (de concessão) atuais são de 30 anos atrás. O desafio agora é outro, de resiliência e de acompanhar a demanda de carga que pode vir no futuro, como para data centers. Estamos em um momento que precisa de modernização. Resiliência de rede estava fora do marco regulatório antigo.
No início deste mês, a Enel solicitou a renovação de seus contratos no país. Depois, divulgou nova marca, incorporando a palavra Brasil, as cores e o formato da bandeira brasileira.
Mas há desafios a superar. A Enel São Paulo ficou em 21º lugar no ranking de continuidade de fornecimento de energia, feito anualmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) " empatada com a Light e a Equatorial Piauí. A Enel Ceará e a Enel Rio de Janeiro recuaram seis posições cada uma em relação a 2023, para a 24ª e a 27ª, respectivamente.
PRESSÃO DOS INDICADORES
Scala aposta que iniciativas já implementadas puxarão o desempenho este ano, como o aumento do quadro de funcionários, mais equipamentos emergenciais, como geradores, e novos protocolos operacionais:
" No último verão, tivemos 35% mais ocorrências por eventos climáticos, comparando com o verão anterior. E o tempo médio de atendimento emergencial, entre o início de uma falha e sua resolução, em São Paulo, melhorou em 50%. Em janeiro e fevereiro, o tempo médio foi o melhor em sete anos " afirma, destacando que o indicador melhorou 39% na Enel Rio e 30% no Ceará.
Os indicadores podem ser decisivos como critério para a renovação de concessões de 19 distribuidoras de energia, incluindo as da Enel. O processo de renovação da EDP Espírito Santo, em discussão na Aneel, vai nortear os demais.
Em novembro de 2023, uma tempestade deixou 2,1 milhões de pessoas sem luz em São Paulo " milhares delas, por quase uma semana. Em outubro passado, após fortes chuvas, 3,1 milhões de paulistanos ficaram sem energia. O governador do estado, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, foram à Justiça e apelaram ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por uma intervenção na Enel. O ministro chegou a falar em rompimento de contrato, mas voltou atrás. O problema se repetiu no Estado do Rio, com longas falhas em Niterói, onde a prefeitura processou a distribuidora.
DESAFIO DA RECONEXÃO
Segundo Scala, a reconexão é um dos principais desafios:
" Quando a severidade do evento climático é relevante, passamos de consertar falhas para a reconstrução de redes. É infraestrutura. Daí a demora.
A companhia, garante ele, vem encurtando os prazos de reconexão, cumpre os indicadores contratuais e atua dialogando com o poder público. No evento de outubro, em São Paulo, de efeito mais amplo, 80% dos atingidos estavam reconectados em 24 horas, ante 60% em novembro de 2023, diz o executivo.
Para mitigar falhas e evitar casos como o de apartamentos de São Paulo que tiveram equipamentos queimados após a reconexão de energia ter sido feita na potência errada, a Enel aposta em equipe própria.
" Por isso a campanha gigantesca de incorporação de pessoal próprio. Vamos contratar 5 mil eletricistas. Do início de 2024 a março deste ano, 2 mil foram incorporados. Virão outros 3 mil até o fim do ano " afirma o presidente da Enel Brasil, acrescentando que a digitalização também permite resolver um número crescente de falhas de forma remota.
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