Cbf encaminha denúncia de injúria racial ao stjd
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestou sobre a acusação de injúria ...
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestou sobre a acusação de injúria racial cometida pelo jogador Miguel Terceros, do América-MG, contra Allano, do Operário, em partida pela Série B do Campeonato Brasileiro, no domingo. A entidade informou que enviou a súmula ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), para que uma "apuração rigorosa para assegurar a devida responsabilização dos envolvidos" seja conduzida.
Na súmula, o árbitro Alisson Sidnei Furtado relata que, aos 30 minutos do 1º tempo, Allano o procurou dizendo ter sido chamado de "preto cagão" por Miguelito, mas ressaltou que "nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu" a ofensa. O caso foi testemunhado pelo volante Jacy, do Operário.
Após o término da partida, o autor, a vítima e a testemunha foram encaminhados por uma equipe da Polícia Militar até a sede da 13ª Subdivisão Policial do Paraná, onde Miguelito foi preso em flagrante. Ele foi liberado ontem depois que o pedido de liberdade provisória foi aceito.
No depoimento, o jogador boliviano negou as acusações e disse ter usado a expressão "merda do c...". Miguel não chegou a passar por audiência de custódia após pedido da defesa. Na decisão, o juiz Thiago Bertuol de Oliveira. afirma que "mesmo os indícios apontando para a provável prática do delito (...) não encontro impedimentos para que o flagranteado responda pelo delito em liberdade".
Segundo a Polícia Civil, a liberdade provisória foi concedida por "não haver evidências concretas de que a ordem pública possa ser abalada com a libertação do detido, nem de que este possa vir a se furtar da aplicação da lei penal".
A investigação continua e o Ministério Público pode denunciar o atleta, configurando ação penal. De acordo com o Código Penal do Brasil, a pena máxima prevista para o crime de racismo/injúria racial é de cinco anos de reclusão.