Trump afirma que encerrou negociações com o canadá
O presidente Donald Trump anunciou ontem que encerrou todas as negociações comerciais dos ...
O presidente Donald Trump anunciou ontem que encerrou todas as negociações comerciais dos Estados Unidos com o Canadá. O republicano afirmou que o governo canadense decidiu aplicar um imposto sobre serviços digitais. Trump ameaçou impor novas tarifas ao Canadá. "Diante desse imposto ultrajante, damos por encerradas TODAS as negociações comerciais com o Canadá, com efeito imediato. Nos próximos sete dias, informaremos ao Canadá as tarifas que deverá pagar para comercializar com os Estados Unidos", publicou o presidente em sua rede social.
Enquanto abre novo confronto com os canadenses, a briga de Trump com os chineses parece relativamente pacificada, pelo menos por enquanto. A China confirmou ontem o sucesso do detalhamento de um acordo com o governo americano sobre a venda de terras-raras, reiterando declarações feitas na véspera pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, de que as duas maiores economias do mundo finalizaram o entendimento comercial aprovado nas reuniões de Londres, este mês.
"Nos últimos dias, ambos os lados confirmaram ainda mais os detalhes do acordo. O lado chinês revisará e aprovará os pedidos elegíveis de exportação de itens controlados (terras-raras) de acordo com a lei. O lado americano, por sua vez, cancelará uma série de medidas restritivas adotadas contra a China" afirmou em nota um porta-voz do governo chinês.
Em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse a líderes da UE que está confiante em fechar um acordo com os EUA, a fim de evitar uma escalada economicamente prejudicial. O Comissário de Economia da União Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que as partes estão "fazendo progressos".
Dezenas de países já iniciaram negociações com os EUA para evitar as tarifas recíprocas anunciadas por Trump em abril e que estão suspensas até 9 de julho " data limite estabelecida pelo presidente americano para entrarem em vigor.
IMPOSTO DA DISCÓRDIA
A UE acredita que pode firmar algum tipo de acordo comercial com Trump antes do fim do prazo, para evitar que Washington imponha um tarifaço de 50% sobre quase toda as importações de produtos do bloco europeu, que ameaça lançar uma série de contramedidas em resposta.
Na quinta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou um acordo com aliados do G7 que isentará empresas dos EUA de alguns impostos, em troca da remoção do chamado "imposto de vingança" incluído no polêmico projeto de lei tributária que Trump enviou ao Congresso. O imposto tinha como alvo países que taxam serviços digitais de empresas de tecnologia americanas e nações que impõem um imposto mínimo global sobre multinacionais. O "imposto de vingança", agora removido, gerou temores em Wall Street de que a proposta tornaria muito mais difícil para pessoas físicas e jurídicas estrangeiras investirem nos EUA.
Membro do G7, o Canadá não se mostrou disposto a desistir de aplicar o seu novo imposto digital. Grupos empresariais canadenses se opuseram à taxação alertando que esta provocaria retaliações de Trump.
Nos EUA, um grupo de 21 congressistas escreveu ao presidente no início do mês pedindo que pressionasse o Canadá a desistir do imposto, estimando custo de US$ 2 bilhões mensais às empresas americanas. Em sua ofensiva comercial, Trump há muito critica impostos e outras barreiras não tarifárias, classificando-os como obstáculos para os exportadores dos EUA.