Ceo da keeta quer cobrir todo o país até fim de 2026

A Keeta, braço internacional da gigante chinesa de delivery Meituan, que anunciou investimento de US$ 1 bilhão no Brasil, planeja ter operação em todo o país até o fim do ano que vem. A estratégia será detalhada pelo CEO da Keeta, Tony Qiu, a interlocutores na reunião do Brics, que acontece neste fim de semana no Rio.
Qiu participará de um painel da cúpula hoje, no qual confirmará o plano de iniciar a operação no Brasil ainda este ano. O executivo, que também é vice-presidente da Meituan, aproveitará a apresentação para exibir a musculatura de sua operação na China. A ideia é usar o discurso para seduzir donos de restaurantes locais a aderir à plataforma como alternativa ao iFood, que detém mais de 80% do mercado de delivery de comida no país, segundo estimativas do setor.
" Na China, onde temos mais de 14,8 milhões de comerciantes ativos, criamos programas de treinamento para ajudá-los a melhorar suas operações de diversas maneiras. Contamos com mais de 2,3 mil instrutores e já ajudamos cerca de 13,7 milhões de comerciantes a construir restaurantes mais inteligentes e digitais, que atraem mais clientes, operam com mais eficiência e aumentam sua receita " disse Qiu à coluna, antecipando alguns dos dados que deve apresentar no Brics.
Tony Qiu não é nenhum neófito no Brasil: entre 2018 e 2020, bateu ponto em São Paulo como CEO da brasileira 99, que pertence à chinesa Didi. Depois, ficou quase dois anos como responsável pelo braço internacional da Kwai, justamente no período em que a rede social de vídeos explodiu no Brasil. Qiu, aliás, já está novamente morando em São Paulo, dada a ambição da Keeta no Brasil. (O braço internacional só atua, até agora, em mercados menores: Hong Kong e Arábia Saudita.)
Na cúpula do Brics, o executivo também vai jogar luz sobre a tecnologia da Keeta, sobretudo o uso de inteligência artificial para criar rotas mais rápidas de entrega. Segundo Qiu, a plataforma de IA da Meituan processa 2,9 bilhões de planos de rota por hora nos horários de pico.
Meta de entregadores
Em maio, a coluna Capital mostrou que a empresa tem como meta cadastrar 100 mil entregadores durante seu primeiro ano de atuação no Brasil.
Essa previsão de "entrada agressiva" no mercado começaria pela Região Sudeste. O foco da gigante chinesa contempla tanto as grandes redes de restaurantes quanto aqueles de bairro, com público fiel. A expectativa é que os investimentos sejam usados em itens como taxa de entrega reduzida e menor taxa de intermediação, além do marketing.