Mubadala deve assumir controle da linha amarela
A Mubadala Capital caminha para assumir o controle da Lamsa, concessionária que opera a ...
A Mubadala Capital caminha para assumir o controle da Lamsa, concessionária que opera a Linha Amarela, como parte da renegociação de dívidas da Invepar, apurou a coluna Capital. Segundo duas fontes que acompanham as conversas, a ideia é que o braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi converta debêntures da empresa em participação acionária na Lamsa, subsidiária da Invepar, assim como fez com o Metrô Rio há quatro anos.
As tratativas apontam para uma conversão que garanta uma fatia de 60% da Lamsa, dando à Mubadala o controle. A princípio, os 40% restantes ficariam com a Invepar. De acordo com uma das fontes, o percentual final ainda não foi definido, mas as partes tentam chegar a uma conversão que liquide integralmente a dívida da Invepar detida pela Mubadala. O fundo detém R$ 340 milhões em títulos de dívida emitidos pela Invepar.
No fim de 2021, em renegociação semelhante, a Mubadala Capital quitou R$ 1,8 bilhão em dívidas da Invepar em troca de 100% das ações do Metrô Rio, que era um dos principais ativos da companhia.
A entrada da Mubadala no capital da Lamsa deve ocorrer pouco depois de a Invepar fechar acordo com a Prefeitura do Rio para encerrar o litígio sobre a Linha Amarela, como revelou a coluna em junho. O imbróglio se arrastava havia seis anos e era considerado uma das maiores fontes de incerteza a respeito do futuro da Invepar. O acordo reduziu o valor do pedágio de R$ 4 para R$ 3,80 e manteve o contrato de concessão até 2037.
A Linha Amarela é um dos poucos ativos que restaram nas mãos da Invepar. A empresa detém um terço da ViaRio, concessionária da Transolímpica no Rio, controlada pela Motiva (antiga CCR), e o controle de uma holding que tem 51% da empresa responsável pela concessão do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
A entrega de 60% da Linha Amarela resolveria os desentendimentos da Invepar com a Mubadala, principal credora e que pediu o vencimento antecipado da dívida da companhia por falta de pagamentos. Isso levou a Invepar à Justiça, em maio, para buscar proteção contra credores, azedando mais o clima. Procurada, a Mubadala não comentou.