Rooftop ou cobertura com piscina? o dilema dos novos residenciais
Um novo dilema vem pontuando o protagonismo da piscina nos projetos imobiliários: o ...
Um novo dilema vem pontuando o protagonismo da piscina nos projetos imobiliários: o equipamento deve ser de uso coletivo no rooftop ou exclusivo em coberturas? Entre aspectos técnicos " como calcular o impacto do peso da coluna d’água no alto de um prédio " e itens de segurança estratégicos, muitas questões devem ser levadas em conta na hora de decidir o destino do último andar de um empreendimento. No final das contas, tanto o rooftop quanto a cobertura privativa representam o olimpo do mercado de luxo: resta saber se o comprador prefere ser rei sozinho ou dividir o trono com os vizinhos.
O mercado está de olho nas alturas, e não é só pela vista. A legislação carioca permite que se construa embaixo do último pavimento quando a opção for pelo rooftop. Para Mar-cos Saceanu, diretor-presidente da Piimo, essa é uma forma inteligente de dar uso coletivo à parte mais nobre dos residen-ciais, embora seja inegável o charme das coberturas, que têm mais liquidez e são as primeiras unidades vendidas nos projetos.
" O mercado hoje valo-riza muito os produtos que têm piscina no rooftop, tanto pelas vistas deslumbrantes do Rio quanto pela localização de residenciais em meio a outros prédios, livrando o espaço do olhar indesejado de vizinhos " pontua. A Piimo tem residenciais com piscina no rooftop (Euzébio) e em coberturas (Taman).
Para Gabriel Pecly, gerente de Novos Negócios da Balassiano, a racionalidade deve imperar na decisão. Nos terrenos apertados da Zona Sul, onde cada metro quadrado vale ouro, muitas vezes não há escolha: sem espaço para a área comum no térreo, a saída é subir até o topo do prédio. Foi o caso do Alma, erguido em plena Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, em um terreno com apenas dez metros de testada.
" Não daria para fazer a área comum no térreo, e entendemos que a cobertura não teria tanto valor no projeto. Então, optamos pelo rooftop. A decisão entre piscina na cobertura ou no rooftop é técnica, comercial e financeira. O rooftop dá acesso coletivo à vista privilegiada, o que é muito valioso em cidades como o Rio " ressalta.
Mas, de fato, tudo depende dos atributos da localização. No Niemeyer 360, na Barra da Tijuca, a vista exuberante e a posição acima de todos os prédios justificaram a criação de um rooftop de "tirar o fôlego", como define Antonio Carlos Osorio, sócio da Capital 1.
" No caso do Niemeyer 360, a vista justificou a nossa decisão. Mas, se o residencial não tiver uma vista espetacular, é mais vantajoso optar por coberturas com incremento de área privativa " afirma.
Claudio Hermolin, presidente do Sinduscon-Rio, encara a questão como um quebra-cabeças que depende do perfil do empreendimento. Para produtos compactos, a cobertura privativa pode gerar um valor que destoa das demais unidades, criando um desequilíbrio comercial. Nesses casos, a sugestão é apostar no rooftop, desde que a localização permita agregar valor pela vista.
Já em empreendimentos de alto padrão, com tipologias premium, segundo ele, a cobertura privativa torna-se a melhor opção, gerando um resultado financeiro mais atraente para o incorporador.
" A discussão entre ter uma área de lazer na cobertura ou usar o espaço para oferecer uma unidade privada sempre está presente no desenvolvimento dos produtos. Não há uma fórmula ideal, porque depende do tipo de projeto e da localização " pondera.