Bessent associa alta da carne a imigrantes da américa do sul

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, associou ontem, sem qualquer prova, o aumento do preço da carne para os americanos a imigrantes da América do Sul, que, segundo ele, trazem gado doente ao país. A declaração foi dada ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News, ao comentar a afirmação de um executivo do setor de proteína animal que afirmou que a tendência é de alta do preço da proteína e que os americanos devem pagar em breve US$ 10 pela libra de carne moída (ou 450 gramas).
"Esses migrantes trouxeram parte de seu gado com eles. Portanto, parte do problema é que tivemos de fechar a fronteira para a carne bovina mexicana por causa dessa doença chamada screwworm (mosca da bicheira). Não vamos permitir que isso entre na nossa cadeia de abastecimento", afirmou Bessent.
As declarações foram criticadas e ridicularizadas nas redes, com imagens de vacas dentro de um avião ou de tentativas de catapultar o gado por cima do muro na fronteira com o México.
A carne bovina vem pesando no bolso das famílias americanas. O preço sobe acima da média nos últimos meses, com alta de 1,2% em setembro, 2,7%, em agosto, e 1,5%, em julho. Diante da pressão do eleitorado, que se queixa do aumento do custo de vida após a implementação do tarifaço a produtos importados, na sexta-feira, Trump reduziu a sobretaxa para carne, café, banana e outras frutas. No caso do Brasil, persiste tarifa de 40% em vigor desde agosto.
Em outra frente, Bessent afirmou ontem que a proposta de Trump de enviar cheques de US$ 2 mil a consumidores americanos como dividendos do tarifaço depende de aval do Congresso.
"Vamos ver", disse Bessent à Fox News. "Precisamos de legislação para isso."
Na sexta-feira, no Air Force One, Trump disse a repórteres que os cheques seriam enviados em algum momento do próximo ano para "todos, exceto os ricos".
"É muito dinheiro", disse. "Mas arrecadamos muito com tarifas. As tarifas nos permitem dar um dividendo."