Martes, 18 de Noviembre de 2025

Mercado começa a especular sobre substitutos de haddad

BrasilO Globo, Brasil 18 de noviembre de 2025

O mercado financeiro já começa a especular quem poderia substituir o ministro da Fazenda, ...

O mercado financeiro já começa a especular quem poderia substituir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caso ele realmente decida deixar o cargo em abril do ano vem, como ele próprio vem sinalizando. A notícia da saída foi revelada pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim. Para analistas e economistas consultados, o substituto natural de Haddad seria alguém que já integra a equipe econômica, em uma espécie de "mandato-tampão" até o fim de 2026. O presidente eleito escolheria o novo ministro.
Entre os nomes apontados pelo mercado estão, por exemplo, o do secretário executivo do ministério, Dario Durigan, e do secretário do Tesouro, Rogério Ceron,. Por enquanto, são apenas apostas, mas os analistas avaliam que um "forasteiro", dependendo do nome, poderia causar algum nervosismo no mercado.
A expectativa é que Haddad saia para ajudar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha da reeleição ou até mesmo se candidate para o Senado ou o governo de São Paulo. Em entrevistas recentes, ele disse que já entregou tudo o que Lula pediu.
Histórico no setor público
Durigan é homem de confiança de longa data de Haddad e compartilha as ideias do ministro, o que evitaria uma guinada brusca na política econômica, dizem analistas. Ele assumiu a secretaria executiva da Fazenda quando Gabriel Galípolo foi para o Banco Central.
Durigan foi assessor de Haddad na prefeitura de São Paulo (entre 2015 e 2016) e o seguiu na Fazenda. Mas não tem um perfil de articulador político, segundo o mercado, apesar de ter passagens pelo governo Dilma Rousseff e pela Advocacia-Geral da União. Como secretário executivo da Fazenda, ele coordena as políticas da pasta e substitui Haddad quando este viaja ao exterior.
Já Ceron foi secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo sob Haddad, conduzindo a renegociação da dívida da cidade com a União, quando obteve uma redução de R$ 30 bilhões no valor. Logo em seguida, o município obteve grau de investimento pela agência de classificação de risco Fitch.
Ele também tem longa vivência no setor público: é auditor fiscal concursado e exerceu cargos na gestão de Geraldo Alckmin, no governo paulista, e também na do prefeito Bruno Covas.
Dado o desafio fiscal do governo, que precisa negociar com o Congresso, o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini, aposta em Ceron para substituir Haddad:
" Ele tem boa formação técnica e larga experiência na área pública e fiscal. Se for o Ceron, creio que evitaria mudanças no rumo da condução da política fiscal.
Para cumprir a meta fiscal, Haddad tem buscado aumentar a arrecadação, sem anunciar medidas que sinalizem cortes de gastos. Seu sucessor deve seguir na mesma linha, segundo economistas.
Ajuste fiscal só em 2027
Duringan e Ceron seguem a cartilha do ministro: o compromisso do governo federal com a responsabilidade fiscal, o equilíbrio das contas públicas e a redução da dívida. Defendem que o ajuste fiscal seja gradual e contemple tanto receitas quanto despesas. Mas, com um ministro "tampão", dificilmente haveria corte de despesas, dizem analistas.
Um analista do mercado financeiro, que prefere não se identificar, lembra que Haddad tentou apresentar algum corte de gastos, mas sofreu com os problemas de comunicação do governo e enfrentou resistências do próprio PT. Por isso, diz, seu sucessor deverá seguir a linha defendida pelo partido, de investimento social e fortalecimento do papel do Estado na economia.
Para Agostini, o ajuste fiscal deve ficar para o próximo governo, pois em 2026 "os congressistas estarão de olho na eleição e na fatia das emendas parlamentares."
Para Paulo Bittencourt, estrategista-chefe da MZM Wealth, Haddad deve sair porque se tornaria "vidraça" na campanha à reeleição de Lula:
" A questão dos gastos extrateto seria usada contra ele pela oposição, num momento de retração forte da atividade econômica forte, como deve ser em 2026. Com a saída, Haddad perde visibilidade e fica como um ativo do partido para ser encaixado onde Lula achar melhor, se for eleito.
Bittencourt vê em Ceron um candidato natural para substituir Haddad, pois daria uma sinalização técnica ao mercado, sem uma mudança muito radical. Ele também só espera ajuste fiscal em 2027.
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