Seis anos e muitas histórias depois, torcida do flamengo volta à cidade
lima ocupada
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A Calle de las Pizzas é o local mais fácil para se encontrar a presença do Flamengo. O ponto gastronômico do bairro de Miraflores, em Lima, foi adotado pelos rubro-negros mais uma vez para uma final de Libertadores, ecoando os fatos de novembro de 2019 ainda frescos na memória. Que o diga a equipe do bar Galena.
Ao entrar no estabelecimento, é possível se deparar com o escudo do clube no cardápio e uma das atendentes vestindo o uniforme com o nome de Arrascaeta às costas. A final de seis anos atrás reprisada em uma televisão com samba e outros ritmos brasileiros no fundo fecham o pacote perfeito " e proposital " para um torcedor flamenguista.
" Em 2019, nos surpreendeu a quantidade de torcedores do Flamengo e como se apoderaram da nossa casa. Sabíamos que muitos voltariam este ano. Como forma de apoio, todo o meu pessoal vestiu o uniforme " diz o gerente Mario, que preparou o cardápio especialmente para a ocasião.
" Aqui, sempre vêm diferentes esportistas e equipes, mas o Flamengo tem algo especial. Nós acolhemos com atenção, colocamos a música que eles querem. E tem muito carinho de cada um dos peruanos com eles " completa Vanessa, administradora no local, que afirma que os palmeirenses também são bem-vindos, mas que os rubro-negros são favoritos.
Há seis anos, o Flamengo desembarcou na capital peruana com muitas dívidas históricas, a principal delas o jejum de 38 anos quebrado pelos dois de Gabigol na virada por 2 a 1 contra o River Plate. Desta vez, está em jogo a disputa com o grande rival nacional na atualidade pelo posto de primeiro tetracampeão brasileiro da competição.
O principal eco do Flamengo em Lima é a presença do torcedor, colorindo a cidade com as camisas rubro-negras. Ontem, um grupo repetiu uma caminhada também feita há seis anos, rumo ao hotel no qual a delegação desembarcou à noite.
O estádio Monumental segue calmo em meio ao deserto, não só por ser longe do ponto fervente de Lima, mas também por ainda estar recebendo os últimos preparativos.
Fato é que, desde que veio a Lima em 2019, o Flamengo mudou de patamar dentro do futebol sul-americano. A quarta final em sete temporadas é o auge de um período em que o clube entrou em campo pela Libertadores 77 vezes, com 48 vitórias, 16 empates e 13 derrotas, um aproveitamento total de 69,3%.
Camisa 10 e capitão, Arrascaeta faz parte de um seleto grupo que está em busca da terceira taça continental. Ele é quem tem mais jogos disputados (63 dos 77 totais, 59 como titular), minutos em campo (4.809) e assistências (17). Com dez gols, fica atrás de Gabigol (30), Pedro (24) e Bruno Henrique (19) e à frente de Everton Ribeiro (9) na lista dos cinco maiores artilheiros.
frustrações recentes
O Flamengo enfrentou 30 adversários nestas sete edições da Libertadores, oriundos dos dez países que compõem a Conmebol. A Argentina foi o país mais visitado, com sete adversários diferentes e 19 partidas. Em seguida aparece o Equador, com cinco equipes em 16 jogos " Racing e LDU foram os adversários mais frequentes, com seis partidas cada. E cinco clubes brasileiros foram responsáveis por 10 confrontos, completando o top-3 dos principais destinos.
Há também os adversários preferidos: o Barcelona de Guayaquil foi derrotado em todos os quatro encontros.
Contra o paraguaio Olimpia, o Flamengo tem seu terceiro melhor aproveitamento (75%), mas a única derrota foi suficiente para eliminá-lo do torneio de 2023 nas oitavas de final, encerrando de maneira precoce a jornada do então campeão.
A história seguiu um enredo parecido em 2020: vencedor no ano anterior, o Flamengo parou nas oitavas, nos pênaltis, frente ao Racing. No ano seguinte, o vice-campeonato diante do Palmeiras, com gol na prorrogação, aumentou a frustração do torcedor. O último carrasco foi o uruguaio Penãrol, que derrotou o Fla no Maracanã e garantiu o empate em casa para se classificar à semifinal.