Dona do shopping leblon negocia compra do riosul
A Allos, dona dos shoppings Leblon e Tijuca, está em negociação para comprar o controle do ...
A Allos, dona dos shoppings Leblon e Tijuca, está em negociação para comprar o controle do Shopping RioSul, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. As conversas têm por objetivo adquirir uma fatia de 54% do centro comercial, que tem 400 lojas e fluxo de 1,5 milhão de consumidores por mês, hoje nas mãos dos canadenses da Brookfield. O valor do negócio é estimado entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,2 bilhão, segundo a própria Allos.
Em comunicado, a Allos disse que ainda não há um acordo vinculante. Segundo fontes, fundos imobiliários do BTG Pactual, Capitânia, XP e Vinci Partners estão participando das negociações. A ideia, segundo uma das empresas envolvidas, é fechar o negócios nos próximos meses.
O RioSul, um dos shoppings mais famosos do Rio, tem como acionista ainda a Companhia Brasileira de Shopping Centers (Combrashop), com os outros 46%.
Além dos shoppings Tijuca e Leblon, o Allos administra diversos espaços no Rio, como o NorteShopping, Bangu Shopping, Carioca Shopping, Caxias Shopping, Shopping Grande Rio, Via Parque e Plaza Niterói.
Gestão de portfólio
A Allos é uma gigante do segmento de shopping centers, com 59 unidades no país. Ela é resultado da fusão entre os grupos Aliansce Sonae e BR Malls, que teve aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2022.
" Ao que tudo indica, a estratégia da Allos é fortalecer sua presença na Zona Sul do Rio, pois tem uma atuação bem diversificada pela cidade. O negócio deve passar de R$ 1 bilhão, e é provável que seja necessário contar com a participação de um grupo de investidores financeiros, para adquirir o controle da operação " avalia o engenheiro e professor Antônio César Carvalho, sócio-diretor da Acomp Consultoria e Treinamento, especializada em shoppings centers.
Segundo ele, a Brookfield, que é atual controladora do RioSul, é uma das maiores gestoras de empreendimentos do país, com a subsidiária Tegra Incorporadora:
" Ela pode estar dando maior foco a outras linhas de negócios no Brasil. A venda do RioSul pode ser interessante para os dois lados. Não acredito que a operação vá encontrar problemas no Cade (que regula a concorrência no Brasil) " avalia Carvalho.
Segundo Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da consultoria Gouvêa Malls, empresa da Gouvêa Ecosystem, a Allos está em um processo de homogeneização do portfólio, buscando negociar os ativos menos rentáveis ou dominantes e concentrando-se nos que podem trazer mais resultados ou fortalecer a relação comercial com os lojistas.
" Foram feitos vários desinvestimentos ao longo dos últimos meses, e com isso a companhia reduziu a alavancagem de um lado e se capitalizou para aproveitar oportunidades de outro, o que é o caso do RioSul. A lógica é contar com um shopping dominante na sua área de influência, capaz de gerar boas vendas e produzir bons aluguéis. Os lojistas não querem ficar fora de um shopping tão relevante na Zona Sul do Rio " explica Marinho.
Ele lembra que, ao incorporar o RioSul à carteira de shoppings, a Allos amplia a base de clientes e a quantidade de telas de publicidade à disposição de varejistas e anunciantes externos, reforçando essa estratégia por meio da helloo, sua empresa de mídia externa. Marinho lembra que dificilmente haverá oposição por parte do Cade, já que a entrada do RioSul no portfólio não configura monopólio ou poder excessivo sobre o mercado.
" Para a Allos, essa é uma vertente para diversificar e ampliar receitas. Na estratégia dos shoppings, tamanho e alcance fazem diferença. Quanto mais shoppings relevantes a companhia possuir sob seu guarda-chuva, maior é a capacidade de interessar anunciantes e de negociar mais favoravelmente a entrada de lojistas no mix.